ZINT Jun. 2017 | Page 13

fluenciou o diretor do filme, Robert Aldrich (Alfred Molina), a jogar as duas atrizes uma contra a outra. A ideia central era um golpe, a fim de gerar publici- dade e expectativa para o lançamento da película. Com FEUD, Murphy mostrou-se extremamente preocupado em replicar todos os aspectos do mo- mento histórico de forma fiel, seja pela semelhança entre os atores, todo o setor de figurino, o cuidado aos detalhes, ou até mesmo a regravação das filma- gens do filme. A produção é impecável, dando ao público uma verdadeira obra prima visual. No roteiro, o produtor-diretor preocupa-se em dar uma duplicidade para Joan, que ao mesmo tempo em que é vítima de machismo, sexismo e ageismo, é a própria vilã na sua história. O show mostra que a atriz moveu céus e montanhas para que Bette não levasse o prêmio de Melhor Atriz nos Academy Awards de 1963, garantindo que mesmo não sendo indicada, era ela, Joan, que saíram da premiação com uma estatueta nas mãos. Joan também era mostrada como uma atriz exuberante e cara, que apenas vivia de aparências em sua mansão com apenas um empre- gado. Quase falida, a atriz também tinha uma mania de plastificar todos os seus móveis. Joan também vivia com depressão e desenvolveu problemas com álcool. Em contrapartida, Bette era bastante diferente no quesito vide pública. Retraída e mais humilde, sem- pre cuidou muito bem de seu dinheiro, vivendo uma casa modesta no subúrbio, sempre buscando estar ao lado de sua filha. A atriz, no entanto, tinha muita pouca sorte no amor, se envolvendo constantemente em relacionamentos turbulentos. Ainda que Bette, na história, assumia mais o papel de vítima de Joan, a atriz também moveu alguns pauzinhos para que sua companheira de filme não tivesse tanto tempo em tela, envolvendo-se até mesmo com Robert, o diretor do filme. Bette também era constantemente vítima de machismo, sexismo e ageismo. Uma das maiores marcas da série, além das críticas sociais que perduram até hoje, é a força de atuação de ambas as protagonistas. Enquanto Joan Crawford foi interpretada por Jessica Lange, Bette Davis ficou a cargo de Susan Sarandon. A escolha das atrizes, assim como todo o seu elenco, deu-se principalmente pela grande semelhança física que elas tinham com duas personagens. Ainda que a série opte por utilizar de Joan como principal figura do enredo, tendo o seu lado da história mais explorado, é Bette que rouba grande parte das cenas. Se a atuação de Lange é, por si só, merecedora de um Emmy, a de Sarandon extrapola as expectativas, conseguindo ser memorável e certeira mesmo nas poucas vezes em que aparece. O duelo entre as duas atrizes para ver quem será indicada e quem levará uma estatueta na próxima edição do Primetime Emmy Awards vai ser, no ima- ginário do público, uma reprise do icônico Oscars de 1963. Mas diferente de Joan e Bette, Jessica e Susan são grandes amigas. Jessica Lange e Susan Sarandon são, respectivamente, Joan Crawford e Bette Davis