fluenciou o diretor do filme, Robert Aldrich (Alfred
Molina), a jogar as duas atrizes uma contra a outra.
A ideia central era um golpe, a fim de gerar publici-
dade e expectativa para o lançamento da película.
Com FEUD, Murphy mostrou-se extremamente
preocupado em replicar todos os aspectos do mo-
mento histórico de forma fiel, seja pela semelhança
entre os atores, todo o setor de figurino, o cuidado
aos detalhes, ou até mesmo a regravação das filma-
gens do filme. A produção é impecável, dando ao
público uma verdadeira obra prima visual.
No roteiro, o produtor-diretor preocupa-se em
dar uma duplicidade para Joan, que ao mesmo tempo
em que é vítima de machismo, sexismo e ageismo,
é a própria vilã na sua história. O show mostra que
a atriz moveu céus e montanhas para que Bette não
levasse o prêmio de Melhor Atriz nos Academy
Awards de 1963, garantindo que mesmo não sendo
indicada, era ela, Joan, que saíram da premiação com
uma estatueta nas mãos. Joan também era mostrada
como uma atriz exuberante e cara, que apenas vivia
de aparências em sua mansão com apenas um empre-
gado. Quase falida, a atriz também tinha uma mania
de plastificar todos os seus móveis. Joan também
vivia com depressão e desenvolveu problemas com
álcool.
Em contrapartida, Bette era bastante diferente no
quesito vide pública. Retraída e mais humilde, sem-
pre cuidou muito bem de seu dinheiro, vivendo uma
casa modesta no subúrbio, sempre buscando estar
ao lado de sua filha. A atriz, no entanto, tinha muita
pouca sorte no amor, se envolvendo constantemente
em relacionamentos turbulentos. Ainda que Bette,
na história, assumia mais o papel de vítima de Joan, a
atriz também moveu alguns pauzinhos para que sua
companheira de filme não tivesse tanto tempo em
tela, envolvendo-se até mesmo com Robert, o diretor
do filme. Bette também era constantemente vítima
de machismo, sexismo e ageismo.
Uma das maiores marcas da série, além das
críticas sociais que perduram até hoje, é a força de
atuação de ambas as protagonistas. Enquanto Joan
Crawford foi interpretada por Jessica Lange, Bette
Davis ficou a cargo de Susan Sarandon. A escolha
das atrizes, assim como todo o seu elenco, deu-se
principalmente pela grande semelhança física que
elas tinham com duas personagens.
Ainda que a série opte por utilizar de Joan como
principal figura do enredo, tendo o seu lado da
história mais explorado, é Bette que rouba grande
parte das cenas. Se a atuação de Lange é, por si só,
merecedora de um Emmy, a de Sarandon extrapola
as expectativas, conseguindo ser memorável e certeira
mesmo nas poucas vezes em que aparece.
O duelo entre as duas atrizes para ver quem será
indicada e quem levará uma estatueta na próxima
edição do Primetime Emmy Awards vai ser, no ima-
ginário do público, uma reprise do icônico Oscars de
1963. Mas diferente de Joan e Bette, Jessica e Susan
são grandes amigas.
Jessica Lange e Susan Sarandon são,
respectivamente, Joan Crawford e Bette Davis