Com uns dias de folga pela frente, rumamos – eu e meu marido
Andrea – para a Provença, região francesa que atrai uma infinidade
de turistas de todo o mundo por causa dos seus campos de
lavanda, seus vilarejos românticos e paisagens de tirar o fôlego.
Infelizmente não pudemos ver a lavanda, já que viajamos em
outubro. Os campos florescem no final de junho e a colheita
acontece no mês seguinte, em julho. Paciência... Nada de lavanda
dessa vez.
Assim como a Toscana, na Itália, a Provença deve ser visitada de
carro, percorrendo com calma as estradas regionais que recortam a
região. Não estranhe o festival de placas dos mais variados países da
Comunidade Europeia.
De carro você vai perder mais tempo, mas vai ganhar em emoções
através da janela, com um panorama que te surpreende a cada
curva da estrada. Adicione à essa imagem o início do outono no
Hemisfério Norte e a beleza dos tons de amarelo e vermelho que
tingem a paisagem ao longo do caminho. Dá para esquecer a falta
que a lavanda em flor fez na viagem.
Partindo do Valle d’Aosta, onde moramos, seguimos na direção de
Turim para alcançar a França passando pelo Piemonte. A estrada é
a de Sestriere e a primeira cidade francesa é Montgenèvre. Saímos
de casa de madrugada e a ideia era chegar em Briançon com o sol
nascendo. Dito e feito! Sem descer do carro já podemos admirar
a beleza das Fortalezas de Vauban, lugar declarado patrimônio
mundial da humanidade pela Unesco. Tempo para um pouco
de chá quente, um descanso para Tobias – nosso cachorro – e
continuamos a viagem até Vaison-la-Romaine, em Vaucluse, nosso
primeiro destino e já a 400 quilômetros de casa.
O Romaine do nome deriva da quantidade dos campos
arqueológicos com vestígios da época romana, um dos maiores da
França. Impressionante a ponte com arco único que dá acesso ao
burgo medieval. Além da ponte muito bem conservada, a cidade
possui um teatro, termas e grandes casas de origem romana. Já
passa da uma da tarde, almoçamos e seguimos viagem para L’Islesur-la-Sorgue, a chamada Veneza francesa.