Arte
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Nos 12 anos que morou na Europa, a jornalista
Silmara Fernandes desenvolveu o hábito de
garimpar antiguidades em feiras e leilões. Se
não fosse a questão do espaço, ela teria ficado
com tudo que comprou. “Cheguei a ter umas 80
cadeiras em casa”, diverte-se.
Por Karla Matida
Ilustração Fábio Pitrez
sem
fronteiras
Depois de adquirir o hábito de garimpar
em leilões de arte pela Europa, Silmara
Fernandes criou, com a sócia Fabia
Machado, uma galeria online
E já que não iria mesmo parar de comprar,
Silmara resolveu vender parte das aquisições
que se acumulavam no porão. No início, há
cerca de 10 anos, as transações eram feitas por
meio de emails.
De volta ao Brasil, transformou o escritório
online em um site, lançado no primeiro
semestre de 2013, ao lado da amiga e também
jornalista Fabia Machado. À dupla, juntou-se
Gabriela Izique. Londrinense radicada na capital
paulista, Gabriela faz a ponte entre os clientes
do eixo Rio-SP, os grandes compradores da
Papel Moderno.
“Quem escolheu o nome foi o Laercio Redondo”,
lembra Silmara, que aceitou de pronto a
sugestão. Artista plástico radicado na Suécia,
Redondo também colabora com o acervo do
escritório, mas não com as próprias obras. “Ele
queria um Flávio de Carvalho e me ofereceu um
Tomie Ohtake, então trocamos. Gostei tanto que
nem vou colocar à venda”, avisa.
Nomes internacionais como Salvador Dalí,
Miró, Pablo Picasso, Andy Warhol e Damien
Hirst dividem espaço com os brasileiros Beatriz
Milhazes, Aldemir Martins, Adriana Varejão, Di
Cavalcanti e Tarsila do Amaral. “Todas as obras
têm certificação.”
Segundo Silmara, há muitas obras de artistas
brasileiros circulando por leilões europeus. “O
que eu faço é tirar do lugar errado e colocar no
lugar certo”, explica. No site, que conta com a
manutenção do filho Lourenço, o internauta
não terá acesso aos valores. “Obra de arte não
tem um preço fechado”, ensina.
Baseada em Londres, Fabia é quem agora vai
ser o posto avançado na Europa da galeria. “Já
passei os contatos e onde ela deve procurar”,
aponta Silmara.
24 WINK mag
Silmara e o filho
Lourenço Augusto:
obras de arte na rede