Quais foram as maiores mudanças que sentiste, após a transição?
Embora eu já tivesse uma dieta muito rica em vegetais, quando ainda comia carne, tinha muitos problemas com os meus tendões sempre inflamados, tinha que fazer gelo após todos os treinos. Depois de ter mudado para uma dieta vegana, a inflamação desapareceu completamente. E não foi só efeito placebo. Na altura, tinha feito umas análises em que testei a minha Proteína C-Reativa, um marcador de inflamação que tem que estar abaixo de 0,30mg/L, e os meus níveis estavam a 0,36mg/L. Nas últimas análises que fiz enquanto vegan, os meus valores estavam a 0,01mg/L. Uma diferença significativa que comprovou o que eu senti.
Depois, senti uma melhoria na recuperação dos treinos: fico menos dorido agora, apesar de o meu treino ser quase igual, o que indica que estou a recuperar melhor. Tenho mais resistência e energia no geral.
És a favor da suplementação?
Temos de falar de duas situações distintas: suplementação para a saúde e para a musculação. No caso da musculação, a suplementação não é necessária. Mas o que mais recomendo é a proteína, não por ser necessária, mas sim por ser prática e conveniente. É fácil de transportar, saborosa, fácil de tomar e pode ajudar-te a atingir a dose diária de proteína. Depois tens também a creatina, cafeína e pouco mais. Em termos de saúde, não seria necessário suplementar nada, mas, por causa do nosso estilo de vida actual, é difícil conseguir alguns nutrientes especificos só com a dieta. A maioria das dietas, incluindo a dieta com base em plantas, sofre de uma deficiência em B12, ômega 3 (DHA), vitamina D e iodo. Estes nutrientes podem ser encontrados de forma natural, mas é difícil, e por isso pondera-se a hipótese de suplementação.
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