Very Valentino 6 | Page 8

Ludovico Garavani nasceu em Voghera, sul de Milão, Noroesteda Itália. Desperta o interesse por moda ainda na in- fância e a sua paixão é aprovada e encorajada pelos pais. é mais do que uma forma de dizer algo, é sinônimo de estilo”]. Fellini filma “La Dolce Vita” e o glamour internacional invade a cidade. 1949 – Aos 17 anos ele se ma- triculou na Fashion Drawing em Milão, mas a sua curiosi- dade o fez decidir sair da Itália e buscar novas experiencias. Após estudar francês na Berlitz School, ele se mudou para Paris e estudou na École de la Cham- bre Syndicalle de la Couture Parisienne, importante centro de formação de designers no século XX. Moda nunca foi a única paixão de Valentino. Seu inter- esse pelas artes o levou a fre- quentar aulas de ballet clássico com os professores russos: Violimin and Vera Krilova. Foi nessa época que o seu amor pela cor vermelha despertou. Em entrevista ao site icon-icon, ele conta que viu uma mulher com cabelo cinza em um dos balcões da Barcelona Opera, na Espanha. “Muito bonita, vestido em vermelho veludo. Comparado a todas as cores usadas pelas outras mulheres, ela parecia única, isolada em seu esplendor. Eu nunca esque- ci ela. Ela se tornou uma deusa do vermelho. Fabulosa. Eu acho que a mulher vestida em ver- melho é sempre magnifica. Ela é a imagem perfeita da heroína em meio a multidão”. [BOX: Valentino compôs o Rosso Valentino a partir da mistura de magenta, amare- lo e preto. De acordo com o estilista, “um vestido vermelho 8 ANOS 50 Valentino começa a tra- balhar no ateliê do designer Jean Dessès, onde ele conhece vários clientes como Michelle Morgan, a rainha da Grécia Federica e a atriz mexicana Maria Felix, a quem ele desenhou uma das suas primeiras criações solo. Um vestido inovador que com- binava chiffon rosa com um laço encrustado de cristais. Em 1954, ao trabalhar para Guy Laroche, conheceu várias personalidades famosas e in- fluentes na época, como Marie Hélène Arnaud (modelo); Bri- gitte Bardot (atriz); Jane Fonda (atriz) e Bettina, modelo de passarela. Vários designs criados por Valentino nessa década apenas tomaram forma e foram lança- dos como vestidos muitos anos depois, vindo a ocupar as capas da revista Vogue na década de 1990. Em agosto de 1959, Valentino se muda para Roma decidido a criar o seu próprio ateliê com a ajuda financeira de seus pais. Aqueles foram os anos dourados para a capital Italiana. Em 1960, Ao ver o potencial que a logo possui, manda acrescentá-la a todos os objetos vendidos pela maison, desde bolsas à sapatos, fazendo questão de colocá-la também em todos os produtos licenciados da marca. A ‘logo- mania no mundo da moda está instaurada. Em um café, na conhecida região de Via Veneto, no centro de Roma, Valentino conhece Giancarlo Giammetti, um estudante de arquitetura local que abandona seus estudos e se dedica a ajudar Garavani em sua carreira em construção. Em 1961, o estilista assina o vestido usado por Monica Vitti no filme “La Notte” ganhador do Prêmio David di Donatel- lo na categoria diretor, o mais importante prêmio  cine- matográfico da Itália, concedi- do pela  Academia Italiana de Cinema e considerado o Os- car italiano. Com o sucesso do filme, em 1962, Valentino faz o seu pri- meiro desfile solo em Florença, na Itália. Ao exibir uma coleção que agrada a mídia, recebe críticas positivas de grandes veículos de comunicação e atrai a atenção de vários novos clientes para o seu ateliê, como Jacqueline Kennedy; Elizabeth Taylor; a Princesa do Reino Unido Margaret Rose. Cinco anos após seu pri- meiro desfile, Valentino lança a Coleção Branca e incorpora à ela a sua logo, um “V” dourado. moda nos últimos 30 anos”. No “Valentino Day”, o próprio Valentino recebeu a Crystal Star pelo seu sucesso na moda da 20th Century Fox Studios. ANOS 80 ANOS 60 ANOS 70 Valentino e Giancarlo lançam a primeira coleção italiana Ready-to-Wear para homens e mulheres. A marca passa por um boom mundial, em que lojas são abertas em Milão; Paris; Roma; Londres e os produtos são licenciados para serem ven- didos em outros continentes. Valentino se torna símbolo do glamour italiano por excelên- cia. O bordado feito à mão, aliado aos designes inovadores da maison e o poder da linha Ready-to- Wear, que represen- ta o melhor da modernidade italiana; do estilo e da elegân- cia, fazem de Garavani um dos mais importantes nomes da alta costura no século XX. 1932 – Valentino Clemente No início da década, o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, abriu suas portas para a maison Valentino apresentar seu show gala. Essa é a primeira vez na história que um museu permite tal evento em suas dependências. A década foi marcada por prêmios e celebrações para o designer. Em 1985 ele recebeu, das mãos do presidente da Itália, Sandro Pertini, o Grande Ufficiale dell’Ordine al Merito della Republica Italiana, medal- ha dada em reconhecimento aos seus trabalhos pela moda e cultura italiana. Em 1986, rece- beu do então presidente Fran- cesco Cossiga, o Cavaliere di Gran Croce e, um ano depois, a Golden Medal di Voghera. Em 1988, em reconhecimen- to a todo o trabalho do estilista e para celebrar a presença do me smo na América, a Bever- ly Hills Society organizou o “Valentino Day” e concedeu a ele a chave dourada da cidade de Los Angeles. Mais tarde ele recebeu o prêmio da National Italian American Foundation em Washington pela sua “in- estimável contribuição para a ANOS 90 No início da década Valen- tino e Giammetti inauguraram a Accademia Valentino, um espaço cultural localizado nos arredores do ateliê em Roma, dedicado à apresentações e exibição de arte. Em 1991, em parceria com a atriz Elizabeth Taylor, eles criam a L.I.F.E, uma fundação que apoia e ajuda pacientes com AIDS além de crianças portadoras do vírus HIV. Os lucros obtidos com as ativi- dades da Accademia Valentino são destinados a essa fundação. Giancarlo confidencia, nas páginas do seu livro “Private”, suas lembranças sobre esse fato: “minha última memória de Elizabeth não é a de uma diva coberta de joias, mas sim de uma mulher sentada no chão próxima a pacientes com AIDS num hospício”. Para celebrar os 30 anos da maison vários eventos são feitos, entre eles a exibição de 300 vestidos assinados pelo estilista na Accademia, além do lançamento do livro 9