Very Valentino 6 | Page 24

com o rigor da alta-costura. Para a exposição Valentino: Trinta Anos de Magia, de 1991, foram confeccionados alguns de seus croquis de começo de carreira, que até então nunca haviam saído do papel. Lá es- tavam os fundamentos da obra de Valentino: o vermelho, o grafismo em preto e branco, os bordados precisos. Foi também um dos primeiros a colocar na roda do alto luxo internacio- nal estampas de animais, sem necessariamente usar peles dos 24 bichinhos. Preferia trabalhar com tecidos diferentes e estam- pas para criar seus animais prints. Foi em 1991 também que mostrou um vestido cuja estampa era a palavra Paz escri- ta em 14 línguas, como protesto contra a Guerra do Golfo. Valentino abriu seu primeiro ateliê em Roma, em 1959, após trabalhar com Jean Dessès e Guy Laroche, em Paris. O pri- meiro desfile teve nada menos que 120 peças, e foi mostrado na loja da Via Condotti, na capital italiana. Depois partiu para a apresentação em Flo- rença, no Palácio Pitti, onde as marcas italianas mostravam suas criações. No começo da empreitada fashion, suas roupas chamaram a atenção de nin- guém menos que Elizabeth Taylor, que estava em Roma gravando “Cleópatra”. A atriz encomendou um vestido branco para a pré-estreia de Spartacus. De lá para cá, e com muita justiça, Valentino nunca mais saiu dos tapetes vermelhos. No último Globo de Ouro, por exemplo, Emma Stone recebeu o prêmio de melhor atriz de comédia ou musical (por La La Land: Cantando Estações) com um vestido rosa-claro, cor conhecida como rosa millennial, salpic- ado de estrelas com a assinatura da Maison Valentino. VERMELHO, O NOVO PRETO Rosa pontuou as criações da grife durante sua história, como na coleção de inverno 2017, apresentada em Paris em março de 2016, inspirada no balé. Mas tons bicolores, como preto e branco ou preto e creme (esta chamada Devonshire cream), sempre mar- caram presença. Mais um sinal de elegância sem esforço. Outras cores, claro, aparecem em suas coleções, mas é o Ver- melho Valentino, que parece puro, sem inclinações para um ou outro lado da cartela cromática, que vem à cabeça ao nos lembrar- mos da marca. A cor funciona como um pretinho básico na paleta de Valentino. É sua assinatura, sua marca registrada. O costureiro encantou-se pelo vermelho quando frequentava a Ópera de Bar- celona. “O vermelho é fascinante, é vida, sangue da morte, paixão, 25