16
As peças da coleção vermel-
ha de Valentino Garavani são
de tirar o fôlego. Isso todos
sabem, mas nada melhor do que
começar essa matéria explican-
do de onde surgiu tanta inspi-
ração e paixão pela cor do amor.
Segundo a biografia “Valentino
Garavani - Una Grande Storia
Italian”, escrita pela jornalista
britânica Suzy Menkes, ele se
apaixonou pela cor ao assistir,
ainda jovem, um espetáculo na
Ópera de Barcelona. O italia-
no, ao ver a moça que usava um
vestido vermelho veludo cantar
no balcão, apaixonou-se pela
cor. Desde então, prometeu que
se um dia fizesse sucesso, elege-
ria o vermelho como a cor da
sua marca e o usaria em longos
vestidos noturnos.
Ele criou uma tonalidade
única da cor, o Rosso Valenti-
no, composto de 100% magen-
ta, 100% amarelo e 10% preto.
O estilista de sotaque carregado
é responsável por trazer vida as
noites europeias da década de
1960, marcada sobretudo por
vestidos pretos básicos imple-
mentados por Coco Chanel.
Vermelho Valentino é hoje
sinônimo de luxo e glamour
no mundo da moda. Portan-
to, se você pensa em usá-lo no
dia a dia, esqueça! Essa é uma
cor que pede ocasiões especiais
e deslumbrantes para entrar
em cena, tanto que já foi tema
de exposição no Ara Pacis em
Roma. Coincidência ou não, o
lugar, que é um altar dedicado
à Pax, o Deus romano da paz e
foi erguido pelo Senado, é uma
homenagem a volta do Imper-
ELEGÂNCIA E PAIXÃO! VERMELHO VALENTINO!
ador Augustus para casa. No
ano dessa exposição, a marca
Valentino completou 60 anos
e voltou sua sede para a cidade
onde tudo começou, a vibrante
Roma.
Famoso, deslumbrante e
poderoso, a cor encanta ce-
lebridades há décadas e quase
sempre é visto nos tapetes ver-
melhos. Anne Hathway, ami-
ga e fã de Valentino, é uma das
fiéis clientes do designer, assim
como as atrizes Emma Watson
(Harry Potter), Jennifer Aniston
(F.R.I.E.N.D.S) e Jessica Alba
(Quarteto Fantástico). Modelos
desenhados sob medida e com
destreza são a marca registrada
de Valentino nos tapetes ver-
melhos de grandes premiações.
Em 2016, o estilista elevou
sua paixão pela cor a outro pa-
tamar ao desenhar figurinos
para a Ópera de Verdi, La Travi-
ata, inspirada no livro A Dama
das Camélias, do escritor Alex-
andre Dumas. A apresentação
no Teatro de Roma foi aclamada
pelo público e, mesmo há quase
10 anos fora das passarelas, o
designer provou que ainda é ca-
paz de fazer o Rosso Valentino
arrancar suspiros das pessoas.
Nas palavras dele, “uma mulher
vestida de vermelho estás sem-
pre magnífica, ela é, no meio da
multidão, a imagem perfeita da
heroína”, ou seja, a imagem per-
feita de uma mulher very valen-
tino.
17