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agentes, algo que funcionaria como uma gama de possibilidades, levando-
nos a pensar nos desdobramentos que tais ações gerariam. Um caso
clássico seria uma determinada área sendo vista como um lugar
degradado, mas com o passar dos anos, pode se transformar numa nova
possibilidade de concepção espacial. De forma que no mesmo lugar,
podem aparecer usos para um público de classe mais alta, com um viés
cultural ou underground, por exemplo.
Sobre isso, mais especificamente, temos o caso da rua Witte de
Withstraat em Rotterdam, Holanda, que há aproximadamente dez anos
era vista como um espaço altamente negativo, e desprovida de qualquer
prestígio. Porém, aos poucos, foram surgindo algumas manifestações
artísticas que, com o passar do tempo, atraíram a atenção dos moradores
e demais habitantes, isso através de transformações positivas, as quais
logo trocaria os espaços vazios por pubs, galerias de arte, estúdios de
tatuagens, livrarias, hostels etc. Consequentemente, contrastando a
prerrogativa inicial, essa rua se consagrou como uma das mais
interessantes da cidade.
Se recordarmos o que afirmou Lynch, podemos inferir que todo
esse processo ocorrido em Rotterdam fez parte da sucessão de fases
daquele espaço. Assim, compreender os agentes atuantes em tais
mudanças é primordial, no sentido de melhor reconhecer e compreender
tais fenômenos, quando se pretende intervir, ainda que parcialmente.
Esta pesquisa se propõe, por conseguinte, a compreender algumas
dessas dinâmicas, bem como também a refletir sobre possíveis e
coerentes intervenções acerca das transformações em curso nas cidades,
evidentemente pensando que todo esse processo é, devidamente,
incontornável e incessante; logo, reiteramos, sua análise se faz atual e
recorrente.