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O programa não se restringiu a habitações sociais, que
representavam apenas 25% das unidades, o restante era direcionado para
famílias de até 10 salários mínimos, direcionadas para solteiros e casais
sem filhos. Isso mostra um desejo de misturar diferentes faixas de renda,
especialmente trazendo a classe média para morar na área.
As etapas de implementação do projeto foram estruturadas em:
identificação e seleção dos imóveis, análise de viabilidade técnica inicial,
análise de viabilidade econômica e desapropriações, elaboração de
projeto, obras e entrega das unidades.
O escopo do programa já previa algumas dificuldades a serem
ultrapassadas. Primeiramente a questão da desapropriação, que acarreta
em processos burocráticos e extremamente caros – quase metade do
orçamento seria direcionado para a compra dos imóveis. Outro aspecto
foram os estudos de viabilidade técnica, pois nem todos os imóveis
poderiam ser facilmente adaptados para unidades residenciais, dentro
das normas do código de obras. E, finalmente, as regras de tombamento
que acabam tornando qualquer projeto de intervenção mais dispendioso.
Apesar dos esforços, em 2012, apenas sete dos imóveis foram
reformados 4 . Especula-se que foram subestimados tanto os prazos para
os processos de desapropriação quanto os valores. Um investimento
muito grande foi feito na compra dos imóveis e pouca verba foi investida
no período da obra e, no meio do processo, o programa acabou se
perdendo.
A experiência do Renova Centro nos mostra, mesmo sem alcançar
todos os seus objetivos, que é possível concatenar recursos e renovar
imóveis para habitação. Outros aspectos importantes a serem
http://www.habitacao.sp.gov.br/casapaulista/downloads/ppp/apresentacao_programa_r
enova_centro.pdf (acesso em 17/06/2017)
4
Reportagem do jornal Estadão. Disponível em:
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,apos-3-anos-so-7-predios-foram-
reformados-no-centro-de-sp,959438 (acesso em 17/06/2017)