Umbanda Saravá Set. 2019 | Page 9

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Thaisa Zanardi FALA SOBRE, FEMINISMO, SEU AMOR PELA UMBANDA e qual foi sua inspiração para capa

CAPA

Quando escuto algo do tipo "a arte que vc faz" logo penso ou respondo, "é ela quem me faz". Desenhar sempre me levou a muitos lugares, me fez observar, olhar pra dentro e consequentemente olhar pra fora com mais empatia e criatividade.

Em uma sociedade a qual a voz de um homem ainda vale mais do que a de uma mulher, uma cor de pele dita quem morre mais, um corpo precisa ter um padrão, a sexualidade é praticamente fiscalizada, dentre inúmeros contrastes que temos presenciado, a arte tem sido uma ferramenta de coragem, resistência e é um trabalho contínuo de auto confiança e autoconhecimento pra mim.

Além de ser um trabalho de comunicar, mesmo que em silêncio e discretamente, a riqueza e força de uma religião ainda tão discriminada e mal interpretada.

Com excessão de alguns movimentos e períodos, a arte sempre costumou ter um papel transgressor e marginal, um lugar de crítica, visibilidade e que anda lado a lado com o momento da sociedade. Basta olhar com mais profundidade.

Sempre ouvi falar sobre Umbanda, mas foi a arte que me levou até Ela de fato. Ela me descobriu, e eu A descobri em mim. Umbanda também é arte, valoriza tudo o que é poético, e reverencia aquele que sempre foi a margem da sociedade e que sempre teve, e tem, muito a acrescentar.

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