Para abalar a branquitude
Recentemente, vejo pessoas um pouco mais incomodadas com o discurso do racismo, não porque querem melhorar as relações entre negros, brancos e não-brancos, o incômodo está em assistir a base oprimida se agitar. Vozes de mulheres negras ressoam em volume alto e potente. Temos desvelado o lugar de fala, a interseccionalidade, o racismo estrutural, o sexismo, o racismo, a opressão e o patriarcado. Discussões que até então, se provocassem um debate, eram logo tachadas de “mimimi”. O que acontece é que não nos calarão mais. Tem até gente achando que o termo branquitude se refere a um ato individual e isolado e se sente ofendido quando ouve uma discussão sobre o assunto.
A branquitude é para mim a indústria do racismo, onde se constroem as garantias dos privilégios de um sobre o outro. Portanto, parafraseando Caetano Veloso: é o lugar onde aumentam as dores do ser negra e negro, enquanto ampliam-se as delícias de ser branco e branca. Sobre mulheres negras seria importante dizer que gozamos de negritude, que tem entre os sinônimos a resistência. Por isso, aceitem! Vamos abalar a branquitude.
Por Claudia Alexandre - @claualex16
setembro UMBANDA Saravá 21