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O Engodo do Progresso
Raiane Lima
I
niciando com uma das célebres frases de Mahatma Gandhi “A natureza pode suprir
todas as necessidades do homem, menos a sua ganância”, pode-se destacar a situação
deplorável da cidade de Santo Amaro na Bahia, referente a degradação ambiental, pela
contaminação de resíduos de chumbo, que proporcionou por sua vez, o status de cidade
mais contaminada por esse metal. A COBRAC (Companhia Brasileira de Chumbo), sub-
sidiária da empresa francesa, PENARROYA, era responsável pela produção e destino sus-
tentável de resíduos dos metais perigosos, mas a mesma por irresponsabilidade, degradou
o meio ambiente e a saúde dos Santo-amarenses. No site da Rede Bahia, em 26/04/2014, o
G1 comenta: “A fábrica operou durante 33 anos e foi fechada em 1993, produzindo cerca
de 900 mil toneladas de barras de chumbo, que contaminou a população da cidade.”
A Companhia Brasileira de Chumbo instalada nos anos de 1960, trazia uma esperança
para o Recôncavo que era a rentabilidade e o a status de trabalhar em uma multinacional,
já que a economia da região não proporcionava tantas possibilidades financeiras, mas a
realidade trouxe só degradação humana e ambiental. Segundo a Revista Brasil, número
87, setembro 2013, salienta alguns comentários de ex-funcionários dessa empresa: ” Todo
mundo achava que ia se dar bem”, diz Luciano dos Santos, ex-funcionário. “Em termos
financeiros, era o melhor lugar”, conta Nicolau Sousa Passos Filho, que ficou durante seis
anos. “Quem trabalhava lá tinha crédito em qualquer lugar”, acrescenta Raimundo San-
tana Alves. Todos fazem parte da longa lista dos que hoje se queixam de um sem-núme-
ro de problemas de saúde decorrentes da exposição a metais pesados, como chumbo e
cádmio. Além disso, a companhia contribuiu para a infestação tóxica do local, ao tentar
livrar de uma quantidade de escória, doando ao governo, o qual aceitou inocentemente,
para a pavimentação das ruas, tendo um enorme contato com os moradores. As quinhen-
tas mil toneladas desse lixo metálico, não pararam apenas em Santo Amaro. Através dos
rios, especialmente, o rio Subaé, os quais foram alvos do descarte indevido, contaminando
os peixes comercializados em várias regiões, atingindo também as costas litorâneas da
Baía de Todos os Santos, assim comenta a licenciada geógrafa Paula Núbia, no seu arti-
go Bacia do rio Subaé: características hidrográficas, Geomorfológicas e Hidroquímicas,
julho/2015, ao continuar sua pesquisa, ela rever o pensamento antropocêntrico, uma vez
que esse metais não têm sua degeneração igual a de um material reciclável e foram pro-
duzidos em tamanha quantidade não se importando com o meio ambiente brasileiro, mas
sim o lucro admitido.
A fábrica teve seu fim na cidade do recôncavo baiano na década de noventa, sem nenhuma
ação de sustentabilidade, logo caso a situação fosse inversa e estivéssemos em território
francês, as ações seriam outras em relação a essa situação. Portanto, fez necessário, a di-
vulgação na mídia e com isso, a intervenção do Ministério Público Federal, que elaborou
uma ação pública contra a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), e a União, que foram
responsabilizados e condenados pelos fatos ocorridos, segundo o site da Rede Bahia, com
a publicação do G1, em 24/04/2014, às 16:47h.
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