Um Olhar sobre o Recôncavo Um Olhar Sobre o Recôncavo | Page 15
Entrevista
• by: Beatriz Miranda
D
Maria Tereza
urante a passagem pela cidade de Cachoeira, local sede da Festa Literária Interna-
cional de Cachoeira (FLICA), que ocorre anualmente e traz para a região diver-
sos escritores de todos os gêneros literários, uma das moradoras locais da região
desabafou para nossa equipe de reportagem suas sinceras opiniões sobre o evento: “É
ótimo, é beleza!”, e ainda ressalta a importância do evento para os alunos que gostam e se
interessam pela leitura, mas, que ainda é muito desvalorizado pela maioria dos habitantes
da cidade, não sendo apreciado como deve. Dona Tereza, que lecionou durante 30 anos
nas escolas municipais de Cachoeira, diz ainda que gosta muito de pesquisar e ler, o que a
incentiva a visitar a festa todos os anos.
Com três filhos formados nas instituições públicas de ensino da região, a ex-professora
conta que apesar dos seus anos de docência nas escolas terem chegado ao fim, ela ainda
dá aula particular, ajudando os alunos que a buscam e apresentam dificuldades em apren-
der com os novos professores, “eles não despertam interesse nos alunos... Muitos chegam
pra mim angustiados pois não recebem dos professores a atenção que queriam”, comenta
sobre o que ouve dos alunos. Por outro lado, dona Tereza ainda conta da revolta dos pro-
fessores em relação ao desinteresse de muitos, uma vez que os alunos apresentam altos
índices de desrespeito para com os educadores, tornando a profissão desvalorizada pelos
jovens contemporâneos.
Trazendo a conversa para o meio de comunicações, dona Tereza conta com muita tran-
quilidade sobre seu amor por jornais: “Ah! Eu amo! Toda terça-feira eu venho aqui (praça
principal de Cachoeira), compro o jornal e vou ler em casa. Assisto também todos os
dias os jornais da televisão, muito mais que novela. Gosto bastante”. Conta também que
seu gosto por leitura não se limita apenas aos jornais, mas aprecia os livros clássicos,
revelando sua paixão pelas obras de Machado de Assis, tendo como seu livro preferido
“Dom Casmurro”, de 1899 e “A morte e a vida de Severina”, de João Cabral de Melo Neto:
“Li muito durante toda minha vida, mas esses eu faço questão de fazer uma releitura. São
mais que especiais para mim”, diz a educadora.
Bruna Almeida
15