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Turismo
A TRIBUNA
www.atribuna.com.br
Domingo 24
janeiro de 2016
FOTOS CLAUDIO VITOR VAZ
Estradas
conservadas
garantem
início tranquilo
Roteiro pela Costa Rica agrada grupo de amigos, casais e pais com filhos que procuram diversão
Costa Rica,
a terra da
aventura
País aposta em sustentabilidade e emoções
CLAUDIO VITOR VAZ
ENVIADO À COSTA RICA
Costa Rica é um daqueles paí-
ses que sempre que visitamos
nos deixam com a sensação de
que esquecemos de ver alguma
coisa. Também é verdade que é
praticamente impossível co-
nhecer todos os cantos da terra
dos Ticos em poucas visitas.
Esta foi a segunda vez que visi-
tei o país, e quanto mais me
lembro da viagem, mais tenho
a certeza que terei que voltar
outra vez.
Mas será que a Costa Rica é
tão interessante assim? Defini-
tivamente sim, e aqui vão al-
guns motivos: famosas praias
para a prática de surf como as
de Puerto Viejo de Talamanca,
Hermosa e Avellanas que já
entraram para o inconsciente
coletivo dos praticantes do es-
porte em todo mundo. Flores-
tas que já habitam o nosso ima-
ginário quando o assunto são
os dinossauros de Jurassic Pa-
rk de Steven Spielberg. Além
de ser detentora de um dos
cinco melhores rios do mundo
para a prática de rafting.
Este pequeno país centro
americano com 5 milhões de
habitantes, vizinho da Nicará-
gua e do Panamá, tem se desta-
cado mundialmente quando o
assunto é sustentabilidade,
que não se trata de apenas uma
palavra da moda, mas sim de
um estilo de vida e, práticas
para unir o turismo e a preser-
vação ambiental.
Os resultados dessas práti-
cas estão na atmosfera dos mi-
croclimas da Costa Rica, pas-
sam por vulcões, descem rios e
desembocam em praias. Nas-
cem no pensamento estratégi-
cos dos seus governantes, nas
mãos dos visionários do ramo
turístico, no desejo de cientis-
tas ambientais, e claro, na es-
sência do mantra Pura Vida do
povo costarriquenho.
A Costa Rica sempre foi rica
por natureza, mas o nome do
país foi dado por causa de uma
outra suposta riqueza. Os orna-
mentos de seus habitantes ori-
ginais atraíram o interesse dos
navegadores espanhóis notem-
po dos descobrimentos, mas lo-
go depois que desembarcaram
em território Tico deram conta
que toda aquela riqueza de
joias era fruto de trocas dos
nativos costarriquenhos com
os povos do sul do continente
americano.
O nome ficou, mas a verda-
deira riqueza da Costa Rica foi
apresentada ao mundo depois
e, baseando-se nela, o país de-
senvolveu nos últimos 35 anos
o seu ambicioso plano verde.
Atualmente, um quarto
dos seus 50 mil quilômetros
quadrados é protegido por re-
servas ecológicas e parques na-
cionais, por leis iniciadas em
meados da década de 1980,
quando o governo costarrique-
nho decidiu iniciar um progra-
ma de subsídio aos agriculto-
res que mantivessem a vegeta-
ção natural e recuperassem
áreas.
Práticas como estas propor-
cionarão a Costa Rica o título
de primeiro país no mundo a
conseguir neutralizar as emis-
sões de carbono até 2021.
O país também criou o Certi-
ficado de Sustentabilidade Tu-
rística que premia estabeleci-
mentos turísticos que respei-
tem um modelo de sustentabili-
dade em suas atividades, tais
como uso equilibrado dos re-
cursos naturais e desenvolvi-
mento das comunidades.
Aconvite do Instituto Costar-
riquenho de Turismo voltei à
Costa Rica para conhecer ou-
trosestabelecimentos que abra-
çaram a ideia da certificação de
sustentabilidade e um pouco
mais sobre o noroeste do país,
mais precisamente a província
de Guanacaste.
Iguanas marcam presença em quase todas os passeios na Costa Rica
A rota da viagem
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❚❚❚ A cidade de San José,
capital da Costa Rica, foi o
ponto de partida para a expe-
dição à Guanacaste, compos-
ta por uma equipe de jorna-
listas de turismo provenien-
tes de México, Peru, Chile,
Argentina, Costa Rica, Pana-
má e Brasil. Para se chegar
ao primeiro destino na pro-
víncia de Guanacaste pelo ae-
roporto de Libéria, a viagem
não passaria de uma hora.
Porém, como saímos da ca-
pital (aeroporto de Alajuela)
foram necessárias quatro ho-
ras de viagem, que pouco fo-
ram sentidas graças às bem
conservadas estradas costar-
riquenhas e pela companhia
do espirituoso grupo de jor-
nalistas latino-americanos
que faziam piadas de tudo,
inclusive com o nome dos
micro-ônibus na Costa Rica,
las busetas.
Nosso guia para esta via-
gem chamava-se Freddy,
um costarriquenho para lá
de bem humorado e orgulho-
so do seu país. Além de co-
nhecedor de história e plane-
jamento turístico, o homem
era um verdadeiro entertain-
ment e um sério parceiro no
levantamento de todas as in-
formações para esta reporta-
gem.
O primeiro destino em
Guanacaste fica a 750 me-
tros sobre o nível do mar, ao
pé do vulcão Rincón de la
Vieja, um dos 290 existentes
em território costarriquen-
se. Uma região de águas que
gozam naturalmente das
temperaturas de um vulcão
cuja última atividade data de
fevereiro de 1998.
Guanacaste
A província de Guanacaste é a
segunda maior das sete
províncias da Costa Rica e está
localizada ao norte do país, e faz
fronteira com a Nicarágua.
Guanacaste também é o nome da
árvore nacional da Costa Rica, a
Enterolobium cyclocarpum. A
palavra Guanacaste vem do
idioma náhuatl que significa
árvore de orelha devido ao
formato dos frutos que
assemelham-se ao orgão
humano. A capital da província é
Libéria, endereço do segundo
maior aeroporto do país.
Quem nos acolhe é o Bue-
na Vista Lodge and Adventu-
re, uma antiga fazenda de
gado que mudou a sua ativi-
dadepara dedicar-se ao turis-
moecologicamente sustentá-
vel. Rodeado por um bosque
tropical semi-úmido de vege-
tação primária, o estabeleci-
mento humildemente guar-
da em seu nome a oferta de
um misto de relaxamento
profundo e adrenalina em
doses cavalares.
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