Three Fictions Three Fictions | Page 22

EXAME DA OBRA DE HERBERT QUAIN H morreu em Roscommon; comprovei sem espanto que o Suplemento Literário do Times apenas lhe concedeu meia coluna de piedade necrológica, na qual não há epíteto laudatório que não esteja corrigido (ou seriamente admoestado) por um advérbio. O Spectator, no seu número a respeito dele, é sem dúvida menos lacónico e talvez mais cordial, no entanto equipara o primeiro livro de Quain — The god of the labyrinth — a um da Sr.ª Agatha Christie e outros aos de Gertrude Stein: evocações que ninguém achará inevitáveis e que não teriam alegrado o defunto. Este, de resto, nunca se acreditou genial; nem sequer nas noites peripatéticas de conversa literária, nas quais o homem que já fatigou os jornais, julga invariavelmente ser Monsieur Teste ou o Dr. Samuel Johnson... Percebia, com toda a lucidez, a condição experimental dos seus livros; admiráveis talvez pela novidade e por certa probidade lacónica, mas não pelas virtudes da sua paixão. Sou como as odes de Cowley, escreveu-me de Longford, em 6 de Março de 1939. Não pertenço à arte, a não ser à mera história da arte. Não havia, para ele, disciplina inferior à história. Mencionei uma modéstia de Herbert Quain; naturalmente, essa modéstia não esgota o seu pensamento. Flaubert e Henry James ERBERT QUAIN T R Ê S FI CÇÕ E S 21