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A primeira e última casa feminina do Algarve
O Convento das Bernardas foi a primeira casa feminina e a que mais tempo esteve no Algarve, fundada nos finais do século XV por D. Manuel I, só foi extinta no século XIX. O seu nome original é Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade.
O desejo da sua construção remonta ao reinado de D. João II (1481-1495), que sonhava que uma casa feminina se instalasse no Hospital do Espírito Santo em Tavira. Em 1495, já no reinado de D. Manuel I, foi ordenada a sua construção por carta régia.
Em 1509, já nos inícios do século XVI, tornou-se oficial, mas só em 1528 a sua construção ficou concluída, e o convento pronto para receber as freiras de Santa Clara. Estas, no entanto, nunca aqui chegaram a habitar, pois fundou-se um Convento de Clarissas, em Faro. O edifício acabou por ser entregue à Ordem de Cister.
O seu edifício localiza-se na Atalaia a 500 metros do convento masculino, garantindo assim que as normas de separação de sexos eram cumpridas. A designação “bernardas” provém de S. Bernardo de Claraval, um importante responsável pela reforma da ordem de Cister.
A 13 de janeiro de 1862, depois da Revolução Liberal em que se extinguiram as ordens religiosas, o convento foi nacionalizado.
Esta história é caricata, pois a última religiosa, D. Cândida Clara de Assis, como “nunca mais morria” foi obrigada a decidir entre ser transferida para um convento em Beja ou “ (…) habitar em uma casa decente de Tavira (…)”. A Madre Abadessa acabou por optar pela segunda opção, como se pode ler no documento PT/TT/MF-DGFP/E/002/00049 da Torre do Tombo.
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Ana Rita Guerreiro, 11.ºC1, n.º3
João Mêda, 11.ºC1, nº17
Atualmente o convento é um condominio privado
As freiras Bernardas