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Concelho em chamas
Carta ao Rei
No ano de 1561, segundo um documento que se encontra na Torre do Tombo, de 11-02, foi escrita uma carta a D. Manuel I pelo Juiz de Fora de Tavira, onde denunciava a destruição e queima da serra de Tavira (conhecida entre os tavirenses como a serra de Cachopo) para semear os campos.
No século XVI, Tavira ganha o estatuto de cidade, pelo aumento da sua população e importância. Em consequência do aumento da população, sentia-se, então, cada vez mais, a necessidade de manter a serra para que a madeira proveniente da mesma, mais especificamente de sobreiro, fosse utilizada na construção de navios, casas e também mosteiros. Em contrapartida, a serra era também necessária para a plantação de campos agrícolas, especialmente campos de trigo, para sustento dos vizinhos , cujo crescimento foi notório no reinado de D. Manuel I.
Como havia dois fins distintos desejados para a serra algarvia, fornecimento de madeira ou abastecimento alimentar, a população encontrava-se assim repartida, não existindo conciliação de interesses.
Parte dos produtores agrícolas tomaram a iniciativa de radicalizar a situação, pegando fogo à floresta, e estes, segundo o Juiz de Fora Tavira, deveriam ser castigados, como mostra a seguinte citação da carta escrita ao Rei: “(…) que se tirem cada ano três devassas sobre os que semeiam na serra e põem fogo (…)”.
A ratificação desta notícia é assegurada pela Torre do Tombo, IANTT, código PT-TT-CC/1/104/68.
Inês Raquel, 11.ºC1, n.º15
Helena Santos, 11.ºC1, n.º11
Fonte
PT-TT-CC/1/104/68 (1561) acessivel em / Source retrieved from
https://digitarq.arquivos.pt/details?id=3781177, acedido em 10/04/2018