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Perdão por conversão
Em 1499, no reinado de D. Manuel I, são perdoadas as penas que foram aplicadas aos judeus de Tavira, pois António Vasques (cristão novo) casara a sua filha com um cristão-novo. Este perdão é, na nossa interpretação, uma medida de incentivo por parte do rei para que os judeus de Tavira lhe seguissem o exemplo e não abandonassem o país.
Este perdão aconteceu três anos após a publicação do decreto de expulsão dos hereges, em 1496, em que D. Manuel I obrigou os hereges (judeus e muçulmanos, entre outros) a sair do país ou a converterem-se à religião católica, passando estes a ser considerados cristãos-novos.
O rei não era inteiramente a favor desta medida, mas esta estava implícita numa cláusula do contrato do casamento com Isabel de Castela e Aragão, infanta de Espanha, filha dos Reis Católicos, país de onde os judeus já tinham sido expulsos, tendo parte destes fugido para Portugal. D. Manuel I não queria, de facto, expulsar os judeus, pois necessitava dos conhecimentos e capitais que estes possuíam, para além de que desempenhavam cargos importantes na sociedade.
Durante o seu reinado, D. Manuel I não perturbou os cristãos-novos que continuavam a praticar o criptojudaísmo. No entanto, assim não foi no reinado seguinte. Iremos encontrar alguns presos e condenados pela Inquisição de apelido Vasques que, provavelmente, são descendentes deste agora “privilegiado”, António Vasques.
Fonte /Source:
PT/TT/CHR/K/16/16-51V (1499) acessível em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=3866062, acedido em 29/05/2018
Imagem / Picture acessível em https://goo.gl/WCpz4K, acedido em 29/5/2018
D. Manuel I
(N: 1469 - M: 1521)
(Reinado: 1495 - 1521)
Juvenal, 11.ºC1, n.º 18