Avaliação do índice de conforto térmico em pontos representativos da malha urbana da cidade de Bayeux (PB)
confortável). Isso se deve ao fato da presença
da vegetação em toda a área do entorno do
P01. A vegetação nesse caso, atua com o
papel preponderante para a manutenção das
baixas temperaturas e consequentemente
os menores IDT. Diferentemente do P01, os
pontos P02 e P03 apresentaram os maiores
valores de IDT nos períodos analisados.
No período seco o P02 apresentou o IDT
de 27,2°C considerado desconfortável. No
período chuvoso o P02 apresentou o IDT
26,1°C considerado também desconfortável.
Observa-se que mesmo no período chuvoso
essa amostra experimental apresentou
condições desconfortáveis refletindo a
influência da malha urbana nas condições de
conforto térmico ambiental. O P03 foi o que
apresentou as maiores temperaturas do IDT
registrados no período seco e chuvoso da área
de estudo. O IDT dessa amostra variou entre
27,5°C no período seco e 26,3°C no período
chuvoso. Dessa forma, observou-se nessa
amostra experimental que o IDT calculado
para ambos os períodos se enquadra na faixa
03 considerado desconfortável. Mesmos
no período chuvoso da região, o P03 e P02
apresentaram condições de conforto térmico
preocupantes. Estes pontos estão localizados
em áreas que são caracterizadas pela
ausência de cobertura vegetal e por fortes
concentrações de edificações que bloqueiam
a ventilação local. Esta avaliação reflete a
situação climática preocupante pela qual
a cidade de Bayeux tem passado, com uma
ampla faixa de diferentes sensações térmicas
ao longo do dia.
As propriedades físicas de alguns
materiais de recobrimento associada à
capacidade de absorção e retenção de
energia e calor, além da expansão de áreas
impermeabilizadas nesses pontos conjugados
com um aumento no adensamento urbano
contribuem diretamente para o aumento das
temperaturas e a redução da umidade relativa
do ar e, consequentemente, afeta nível de
conforto térmico.
Neste sentido Barbirato et al. (2016)
ressaltam que os fatores climáticos globais,
como a altitude, podem ser fortemente
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Série Iniciados v. 23
influenciados pelos fatores locais, como por
exemplo, o revestimento do solo, que tem a
capacidade de condicionar, determinar e dar
origem a diferentes microclimas no ambiente
intraurbano. Esses autores enfatizam que
a temperatura dos ambientes urbanos é
influenciada pelas propriedades termofísicas
dos materiais que compõem o revestimento
do solo, os quais influenciam a quantidade de
energia térmica acumulada e irradiada para
a atmosfera, de modo a elevar a temperatura
do ar.
Assim, observa-se que, para os
Pontos experimentais analisados na cidade
de Bayeux –PB em ambos os períodos
climáticos , a variação de temperatura está
sendo mais influenciada por fatores locais,
como o uso e cobertura do solo, do que por
fatores globais como a altitude do terreno.
Neste sentido, infere-se que caso a cidade de
Bayeux – PB continue a se expandir de forma
desordenada, sem qualquer preocupação em
tomar medidas de amenização climática, é
provável que o cenário venha a se agravar
no que se refere ao desconforto térmico
dos citadinos, mediante o aumento das
temperaturas do ar e o desconforto térmico.
Logo, pode-se inferir que ocorrem
diferentes condições térmicas devido às
diferenças no uso e na ocupação do solo da área
de estudo, nas quais, as áreas pavimentadas
sem sombreamento apresentam maiores
temperaturas e menores taxas de umidade
relativa do ar, o que consequentemente
intensifica o IDT.
Esta análise permite identificar a
atual situação crítica em que se encontra a
cidade de Bayeux no que se refere ao conforto
térmico experimentado pelos citadinos.
Conclusões
Os resultados da pesquisa sobre
a análise do campo térmico urbano na
cidade de Bayeux (PB) no período seco e
chuvoso, indicam diferenças significativas
nas variáveis climáticas avaliadas entre
as amostras experimentais. O nível de
conforto térmico é influenciado pelas
condições microclimáticas de cada amostra