Série Iniciados Vol. 23 | Page 222

Avaliação do índice de conforto térmico em pontos representativos da malha urbana da cidade de Bayeux (PB) confortável). Isso se deve ao fato da presença da vegetação em toda a área do entorno do P01. A vegetação nesse caso, atua com o papel preponderante para a manutenção das baixas temperaturas e consequentemente os menores IDT. Diferentemente do P01, os pontos P02 e P03 apresentaram os maiores valores de IDT nos períodos analisados. No período seco o P02 apresentou o IDT de 27,2°C considerado desconfortável. No período chuvoso o P02 apresentou o IDT 26,1°C considerado também desconfortável. Observa-se que mesmo no período chuvoso essa amostra experimental apresentou condições desconfortáveis refletindo a influência da malha urbana nas condições de conforto térmico ambiental. O P03 foi o que apresentou as maiores temperaturas do IDT registrados no período seco e chuvoso da área de estudo. O IDT dessa amostra variou entre 27,5°C no período seco e 26,3°C no período chuvoso. Dessa forma, observou-se nessa amostra experimental que o IDT calculado para ambos os períodos se enquadra na faixa 03 considerado desconfortável. Mesmos no período chuvoso da região, o P03 e P02 apresentaram condições de conforto térmico preocupantes. Estes pontos estão localizados em áreas que são caracterizadas pela ausência de cobertura vegetal e por fortes concentrações de edificações que bloqueiam a ventilação local. Esta avaliação reflete a situação climática preocupante pela qual a cidade de Bayeux tem passado, com uma ampla faixa de diferentes sensações térmicas ao longo do dia. As propriedades físicas de alguns materiais de recobrimento associada à capacidade de absorção e retenção de energia e calor, além da expansão de áreas impermeabilizadas nesses pontos conjugados com um aumento no adensamento urbano contribuem diretamente para o aumento das temperaturas e a redução da umidade relativa do ar e, consequentemente, afeta nível de conforto térmico. Neste sentido Barbirato et al. (2016) ressaltam que os fatores climáticos globais, como a altitude, podem ser fortemente 222 Série Iniciados v. 23 influenciados pelos fatores locais, como por exemplo, o revestimento do solo, que tem a capacidade de condicionar, determinar e dar origem a diferentes microclimas no ambiente intraurbano. Esses autores enfatizam que a temperatura dos ambientes urbanos é influenciada pelas propriedades termofísicas dos materiais que compõem o revestimento do solo, os quais influenciam a quantidade de energia térmica acumulada e irradiada para a atmosfera, de modo a elevar a temperatura do ar. Assim, observa-se que, para os Pontos experimentais analisados na cidade de Bayeux –PB em ambos os períodos climáticos , a variação de temperatura está sendo mais influenciada por fatores locais, como o uso e cobertura do solo, do que por fatores globais como a altitude do terreno. Neste sentido, infere-se que caso a cidade de Bayeux – PB continue a se expandir de forma desordenada, sem qualquer preocupação em tomar medidas de amenização climática, é provável que o cenário venha a se agravar no que se refere ao desconforto térmico dos citadinos, mediante o aumento das temperaturas do ar e o desconforto térmico. Logo, pode-se inferir que ocorrem diferentes condições térmicas devido às diferenças no uso e na ocupação do solo da área de estudo, nas quais, as áreas pavimentadas sem sombreamento apresentam maiores temperaturas e menores taxas de umidade relativa do ar, o que consequentemente intensifica o IDT. Esta análise permite identificar a atual situação crítica em que se encontra a cidade de Bayeux no que se refere ao conforto térmico experimentado pelos citadinos. Conclusões Os resultados da pesquisa sobre a análise do campo térmico urbano na cidade de Bayeux (PB) no período seco e chuvoso, indicam diferenças significativas nas variáveis climáticas avaliadas entre as amostras experimentais. O nível de conforto térmico é influenciado pelas condições microclimáticas de cada amostra