Série Iniciados Vol. 23 | Page 156

Escala URICA-V: nova perspectiva com base na teoria de resposta ao item Coleta de dados Foi realizada coleta de informações contidas nos prontuários dos pacientes do Laboratório Integrado de Estudos da Voz (LIEV) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atualmente, esse laboratório conta com um banco de dados de prontuários impressos com mais de 1000 pacientes. Em todos eles consta o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelos pacientes, que autoriza a coleta e utilização dos dados para fins didáticos e científicos. Foram coletadas informações pessoais e profissionais dos indivíduos: idade, gênero, estado civil, uso profissional da voz ou não, grau de instrução e naturalidade, bem como a Escala URICA-Voz (URICA-V), versão validada para o português brasileiro (Teixeira et al., 2013) (ANEXO 2). A URICA-V tem a finalidade de avaliar e identificar, por me io de autopercepção, o estágio de prontidão do paciente para enfrentar a terapia de voz (Teixeira et al., 2013). Possui 32 itens e 4 escores: pré-contemplação, contemplação, ação e manutenção. Os itens referentes a cada um desses estágios apresentados no estudo de validação da URICA-V são: pré-contemplação: 1, 5, 11, 13, 23, 26, 29 e 31; contemplação: 2, 4, 8, 12, 15, 19,21 e 24; ação: 3, 7, 10, 14, 17, 20, 25 e 30; e manutenção: 6, 9, 16, 18, 22, 27, 28 e 32. Cada item possui possibilidades de respostas dispostas em uma escala tipo Likert de cinco pontos, entre 1 a 5, na qual o respondente pode escolher uma das seguintes respostas: “discordo totalmente”, “discordo”, “não sei”, “concordo” e “concordo totalmente” (Teixeira et al., 2013). O escore de prontidão para a mudança é dado a partir da somatória da média dos resultados dos estágios de contemplação, ação e manutenção, seguida de subtração do resultado do valor médio do estágio de précontemplação. De 0 a 8, os indivíduos estarão na fase de pré-contemplação; 8-11 para os indivíduos em fase de contemplação; e 11-14 os indivíduos que estão preparados para uma atitude de ação diante do problema (Habits, 2015). Esse cálculo apresentado não 156 Série Iniciados v. 23 foi utilizado neste estudo, pois seu foco era a análise fatorial confirmatória. Para tal, utilizou-se a análise de item a item descrita abaixo. Foram digitadas as respostas dos pacientes à Escala URICA-V, item a item, em uma planilha no Microsoft Excel versão 2010, a fim de construir um banco de dados digital. Registrou-se no banco de dados os prontuários de 1092 pacientes. Foi realizada uma análise exploratória do banco de dados com a finalidade de verificar erros de digitação em todos os itens do protocolo, investigando os dados omissos, bem como os indivíduos que responderam uma única categoria de resposta em todos os itens. Esses foram excluídos do banco de dados uma vez que suas respostas ao instrumento apresentavam baixa fidedignidade. Análise dos dados Foi realizada análise estatística descritiva, para caracterizar as variáveis estudadas através de média, desvio padrão e frequência através do software Microsoft Excel versão 2010. Posteriormente foi realizada análise estatística inferencial, por meio da Análise Fatorial Confirmatória (AFC), a fim de verificar a correlação entre os itens e os estágios de prontidão que constituem os domínios (fatores) da URICA-V, para estimar quais itens se relacionam a cada estágio de prontidão, possibilitando um monitoramento ao longo do tratamento, além de uma melhor acurácia para o instrumento no uso clínico. Para análise fatorial utilizou-se método de rotação - varimax, e método de extração - fatoração do eixo principal (PRINCIPAL AXIS FATORING - PAF). Os itens foram considerados parte de um fator quando apresentavam carga fatorial igual ou superior a 0,300 (Daniel, 2009). As análises estatísticas foram realizadas por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 21.0. Realizou-se análise fatorial confirmatória com os itens da URICA–V e seus respectivos domínios. Observou-se que dos oito itens previamente relacionados à pré–