Suplementos Porto de Mós - Tradição e Modernidade | Page 7
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Artesanato
Diretório
Designação
Maria de Fátima Dias
Vieira
Fundação
2011
Localidade
Mira de Aire
Produção anual
7 mil sabões
VN 2013
7 mil euros
01
Raiz do Sabão
Uma marca com muita química
“Alecrim povoado de pedacinhos de cortiça”, “aroma
saboroso”, “joia da natureza”. As palavras com que se
descrevem os sabonetes artesanais da Raiz do Sabão são
cuidadosamente selecionadas. O produto pretende ser
isto: delicadeza, suavidade,
regeneração.
Fátima Vieira e Ana Silva são os rostos por detrás
do projeto que há três anos
criou, no coração de Mira
de Aire, um minicentro de
produção de sabonetes artesanais. A ideia surgiu após
um workshop. O gosto de Fátima Vieira “pela natureza e
pelas coisas naturais” fez o
resto. Confecionou alguns
sabonetes e experimentou
oferecer no Natal. A recetividade foi tão boa que pensou
“fazer para vender”. Com
Ana Silva, tirou partido do
conhecimento e dos recursos
da empresa de publicidade
onde trabalham, também em
Mira de Aire. Fizeram feiras, exposições, divulgaram
o produto junto dos órgãos
de comunicação social, criaram um site e uma página de
facebook. “Foi fácil”, admite,
“foi um serviço que fizemos,
não tivemos de pagar a ninguém para o fazer”.
Daqui até às lojas de artesanato foi um pequeno
passo. Estes distribuidores,
cerca de 30 no total, são os
principais clientes da Raiz
do Sabão. A venda online é
residual, apesar do preço
mais em conta. Nas lojas de
artigos de banho ainda não
estão disponíveis, mas estão
nas Edições 19 de Abril que
vendem os sabonetes da Raiz
do Sabão “revestidos” a azulejo português.
Artesanato inovador
E como se faz um sabonete?
“É muito interessante” diz
Fátima Vieira. Junta-se um
ácido e uma base. O ácido é a
gordura, neste caso o azeite,
a que se adicionam ervas
aromáticas e óleos essenciais. Junta-se hidróxido de sódio e a mistura é feita através
do método de saponificação
a frio. A reação química processa-se ao longo de um mês,
já nos moldes, e resulta em
sabão e glicerina.
Por estarem envolvidas
neste negócio, mas sobre-
tudo por privilegiarem o
que é natural, as duas amigas salientam as vantagens
dos sabonetes artesanais.
“Há falta de conhecimento”,
refere Ana Silva. “O gel de
banho tem o ph certo, deixa
a pele macia, tem creme hidratante, quem ouvir pensa
que é o ideal e que não há
necessidade de escolher uma
coisa que parece mais cara”,
completa Fátima Vieira.
A Raiz do Sabão “cozinha”
cerca de sete mil sabonetes
por ano, “uma produção
muito grande” ironizam. A
diversidade do produto, em
aromas e formatos, ainda não
é grande, mas as mentoras
do projeto estão dispostas
a inovar, como já o provam
os sabonetes esfoliantes: feltrado, ou seja, envolto em
lã; com caroço de azeitona
moída; e com pedacinhos de
cortiça. Quanto aos aromas,
estão disponíveis o alecrim,
alfazema, canela, limão/laranja, limão, eucalipto, mirto
e verbena. “Não temos mais
nada. Temos vontade de fazer mais coisas, mas ainda
não conseguimos”, referem.
02
01 Ana Silva e Fátima Vieira
trabalham em publicidade e têm colocado o know
how adquirido nessa área
ao serviço do negócio dos
sabonetes artesanais
02 As Edições 19 de Abril são
um dos clientes da Raiz
do Sabão
03 O produto está à venda
online e pode ser personalizado
Fotos: Joaquim Dâmaso e
Edições 19 de Abril
03