Suplementos Porto de Mós - Tradição e Modernidade | Page 13

13 02 01 A Val do Sol é um negócio de família que começou no século XIX, na Tremoceira, com uma olaria 02 O trabalho da Val do Sol tem uma componente forte de manufatura que representa 40% do custo de cada peça 03 03 Nos últimos três anos a empresa passou de 70 para 215 colaboradores 04 A cerâmica acompanha em cores e padrões a moda têxtil Diretório Designação Val do Sol Cerâmicas, SA Fundação 1989 Localidade Moitalina Administração António Alves, Celina Alves, Eduardo Alves e José Eduardo Alves (presidente do CA) Colaboradores 215 VN 2013 4,2 milhões de euros Área 65 mil m2 05 Eduardo Alves, administrador Fotos: Joaquim Dâmaso 04 Cronologia 05 1886 Os tetravós de Eduardo Alves criam na Tremoceira a olaria que viria a estar na origem da Val do Sol 100% 1989 José Eduardo Alves, pai de Eduardo Alves, assume o negócio e industrializa-o Exportação Mercado nacional 01 interpretar bem o mercado”, sublinha Eduardo Alves, para quem “os clientes têm de ser lidos um a um e bombardeados com coisas novas permanentemente”. Sem isso, diz, “não passamos de mais uma fábrica que faz pratos vidrados”. Crescer 35% ao ano Diferenciar é também o objetivo da empresa com a entrada que está a preparar no grés. Nesse domínio vai encontrar mais concorrência do que aquela que tem no barro vermelho, área em que se especializou e onde poucas empresas trabalham, “porque é mais difícil”. Mas nos mercados externos, sobretudo o americano, a terracota é o que mais se aprecia, sobretudo pelo aspeto mediterrânico e rústico. Para isso contribui também a pintura à mão que não é possível automatizar. O trabalho da Val do Sol tem muito de manual. Em cada peça, essa componente representa uma percentagem elevada dos custos. A automatização não é viável, explica Eduardo Alves, porque depende exclusivamente das quantidades. A estratégia da empresa, lembra, passa por rotação rápida de produto, porque “os clientes de três em três meses querem tudo renovado nas prateleiras”. E esta é uma estratégia que funciona. A empresa está a crescer 35% ao ano. Em 2013 faturou 4,2 milhões e este ano prevê faturar 5,3 milhões. Calçada portuguesa pronta a exportar Mais do que uma boa ideia, o projeto Calx pode significar o renascer de um sector que já teve melhores dias. Eduardo Alves, a irmã Nídia Alves e Romeu Amado estão a dar forma a uma ideia lançada por José Eduardo Alves de criar placas de calçada portuguesa, reduzindo os custos de transporte da pedra e abdicando da necessidade de mão-de-obra especializada. É isso que permite a Calx, mas não só. Tratando-se de placas de pavimento que se instalam como qualquer ladrilho, podem ser aplicadas em superfícies verticais e outras, o que a calçada portuguesa não permite porque necessita de uma caixa de areia para assentar. Com esta solução não há pedras soltas e os saltos altos das senhoras são poupados. Numa fase inicial, Eduardo Alves diz que o objetivo é trabalhar as cores standard do calcário e depois, eventualmente, pensar nas simetrias da calçada portuguesa. A produção deverá iniciar-se dentro de seis meses. Neste momento, o projeto está numa fase de afinação, mas potenciais clientes já existem, sobretudo no estrangeiro. 1996 Até esta data o negócio floresce com a aquisição de máquinas e a angariação de clientes no estrangeiro 2001 À semelhança do que aconteceu com muitas empresas, o negócio da Val do Sol sofreu um revés com o 11 de setembro e a globalização 2011 A partir desta data a empresa volta a registar um crescimento significativo. De 70 colaboradores passa a 215, alguns a trabalhar por turnos