COMPAIXÃO
Devemos amar de dentro para fora, a
ponto de parecermos externamente com
a compaixão que sentimos. Revista suas
entranhas de misericórdia, benignidade,
humildade, mansidão e longanimidade
(Colossenses 3:12).
Na verdade, todos nós temos a tendência
de preferir deixar a caridade para um
tempinho que resta no cronograma,
concedendo algumas horas no sábado de
manhã para dar comida aos mendigos,
deixar um trocado na caixinha dos
funcionários ao sair da loja, ou ouvir com
simpatia a história de alguém que quer
nos vender algum doce, no caminho da
reunião no domingo de manhã. Essas
são, certamente, coisas boas, mas ficam
muito aquém da compaixão bíblica. Pode
ser porque elas são principalmente sobre
nós, e sobre como nos sentimos, ou pode
ser porque elas expõem os limites sob
quanto estamos dispostos a sofrer com
os outros. Mas, se você estiver disposto a
aceitar o desafio da compaixão, não será
uma tarefa irrefletida, tampouco uma que
simplesmente se encaixe na sua agenda.
Na primeira carta de João, Deus nos
ensina que a comunhão cristã está
firmemente fundamentada na verdade
e no amor. Esses são os elementoschaves,
que possibilitam nossa verdadeira
e completa alegria na igreja de Deus.
Enquanto escreve sobre o amor de Deus, o
apóstolo João nos relembra a verdade que
aprendemos, que Deus não nos pede para
irmos a profundidades onde Ele, em Seu
Filho, o Senhor Jesus Cristo, não esteve.
"Conhecemos o amor nisto: que ele deu
a sua vida por nós, e nós devemos dar a
vida pelos irmãos." (1 João 3:16) Quando
ele fala de "dar a vida", não é a ideia de um
único ato, como levar uma bala no peito
por um crente. Em vez disso, tente encaixar
a palavra "alma" no versículo. Devemos dar
nossa alma pelos irmãos. Vê a diferença?
Dar a minha alma, o verdadeiro eu, para
alguém, vai levar algum tempo, pode
levar uma vida toda. Por enquanto, talvez
eu precise colocar de lado minha própria
conveniência ou perder tempo com meus
amigos para ajudar você. Eu posso ter
dificuldade em encontrar palavras de
conforto. Eu posso achar que apenas ficar
ouvindo é melhor do que falar.
É bem verdade que uma comunhão
compassiva tomará meu tempo e meus
recursos e os entregará a outros. Você
pode não ter dinheiro, mas pode ter um
almoço para dar. Você pode fazer para um
amigo algo que ele nunca poderia comprar.
Você provavelmente não vai conseguir
curar o câncer dele, mas um vale-presente
de algum serviço do hospital na jornada
diária de quimioterapia pode ajudar. Ora,
"Quem, pois, tiver bens do mundo e,
vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar
o seu coração, como estará nele o amor de
Deus? Meus filhinhos, não amemos de
palavra, nem de língua, mas por obra e
em verdade" (1 João 3:17-18).
Antes de nos prepararmos e irmos ao
encontro das necessidades de nossos
irmãos salvos, vamos dar uma última
olhada nos desafios de Filipenses 2. "Não
atente cada um para o que é propriamente
seu, mas cada qual também para o que é
dos outros." (Filipenses 2:4) Isso parece
bom quando presumimos que estamos
cuidando dos outros, mas e quando a
câmera foca em nós? Quase sempre
dispensamos ajuda; nossa cultura odeia
fraquezas. "Não tem problema, está
tudo bem", dizemos. Mas, não é isso que
realmente está acontecendo por dentro
de nós. Irmão e irmã, Deus te deu os
melhores amigos crentes. Ele levou alguns
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