Sofrimento | Page 22

COMPAIXÃO Devemos amar de dentro para fora, a ponto de parecermos externamente com a compaixão que sentimos. Revista suas entranhas de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão e longanimidade (Colossenses 3:12). Na verdade, todos nós temos a tendência de preferir deixar a caridade para um tempinho que resta no cronograma, concedendo algumas horas no sábado de manhã para dar comida aos mendigos, deixar um trocado na caixinha dos funcionários ao sair da loja, ou ouvir com simpatia a história de alguém que quer nos vender algum doce, no caminho da reunião no domingo de manhã. Essas são, certamente, coisas boas, mas ficam muito aquém da compaixão bíblica. Pode ser porque elas são principalmente sobre nós, e sobre como nos sentimos, ou pode ser porque elas expõem os limites sob quanto estamos dispostos a sofrer com os outros. Mas, se você estiver disposto a aceitar o desafio da compaixão, não será uma tarefa irrefletida, tampouco uma que simplesmente se encaixe na sua agenda. Na primeira carta de João, Deus nos ensina que a comunhão cristã está firmemente fundamentada na verdade e no amor. Esses são os elementoschaves, que possibilitam nossa verdadeira e completa alegria na igreja de Deus. Enquanto escreve sobre o amor de Deus, o apóstolo João nos relembra a verdade que aprendemos, que Deus não nos pede para irmos a profundidades onde Ele, em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, não esteve. "Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos." (1 João 3:16) Quando ele fala de "dar a vida", não é a ideia de um único ato, como levar uma bala no peito por um crente. Em vez disso, tente encaixar a palavra "alma" no versículo. Devemos dar nossa alma pelos irmãos. Vê a diferença? Dar a minha alma, o verdadeiro eu, para alguém, vai levar algum tempo, pode levar uma vida toda. Por enquanto, talvez eu precise colocar de lado minha própria conveniência ou perder tempo com meus amigos para ajudar você. Eu posso ter dificuldade em encontrar palavras de conforto. Eu posso achar que apenas ficar ouvindo é melhor do que falar. É bem verdade que uma comunhão compassiva tomará meu tempo e meus recursos e os entregará a outros. Você pode não ter dinheiro, mas pode ter um almoço para dar. Você pode fazer para um amigo algo que ele nunca poderia comprar. Você provavelmente não vai conseguir curar o câncer dele, mas um vale-presente de algum serviço do hospital na jornada diária de quimioterapia pode ajudar. Ora, "Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade" (1 João 3:17-18). Antes de nos prepararmos e irmos ao encontro das necessidades de nossos irmãos salvos, vamos dar uma última olhada nos desafios de Filipenses 2. "Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros." (Filipenses 2:4) Isso parece bom quando presumimos que estamos cuidando dos outros, mas e quando a câmera foca em nós? Quase sempre dispensamos ajuda; nossa cultura odeia fraquezas. "Não tem problema, está tudo bem", dizemos. Mas, não é isso que realmente está acontecendo por dentro de nós. Irmão e irmã, Deus te deu os melhores amigos crentes. Ele levou alguns 22