O embate entre Congo e Uganda na Corte Internacional de Justiça continuou intenso no segundo dia de julgamento e nem mesmo as tentativas de entendimento em sessões anteriores foram capazes de acalmar os ânimos. Os advogados ugandeses parecem repetidamente querer utilizar meios para cooptar tempo da Corte Internacional de Justiça.
Criada originalmente para buscar soluções pacíficas entre os países quando os conflitos inevitavelmente tornam-se supraestatais, a Corte ainda não conta com meios diplomáticos para conter intervenções que mais soam como distrações do objetivo principal, sendo o caso dos advogados de Uganda o mais ilustrativo dos últimos tempos.
“Nós fabricamos nossos próprios móveis. Por que roubaríamos móveis de mau gosto de vossa Embaixada?”, disse o advogado congolês em defesa de seu Estado. Mesmo não sendo possível apurar qual das partes diz a verdade sobre o ocorrido, isso se torna menos urgente frente ao comportamento de Uganda na Corte Internacional de Justiça no último sábado (20).
Interpelados pela Al Jazeera sobre qual seria a motivação para os advogados de Uganda terem colocado um suposto furto de patrimônio frente a um debate relacionado a violações de Direitos Humanos, os representantes destacaram que “não foram só móveis, eles também cuspiram no local”. A resposta não convenceu nenhum dos presentes e tornou-se motivo de piada nos corredores da instituição.
O vexame entrega não apenas um possível desespero vindo de Uganda por sua iminente condenação, mas também revela a ineficiência da Corte Internacional de Justiça por não ser capaz de criar mecanismos mais eficientes que possam priorizar os assuntos que versam sobre a dignidade humana ante a uma suposta violência patrimonial de baixo poder ofensivo. O julgamento ainda continua e apenas na tarde de domingo sairá o resultado final dos juízes envolvidos no caso.
Uganda é acusada de continuar usando estupro de mulheres como arma de guerra contra Congo
Advogada congolesa listou casos de violência sexual para rebater o argumento de suposto furto na Embaixada de Uganda
Por Fernanda Estevão
Interpelados pela Al Jazeera sobre qual seria a motivação para os advogados de Uganda terem colocado um suposto furto de patrimônio frente a um debate relacionado a violações de Direitos Humanos, os representantes destacaram que “não foram só móveis, eles também cuspiram no local”. A resposta não convenceu nenhum dos presentes e tornou-se motivo de piada nos corredores da instituição.
O vexame entrega não apenas um possível desespero vindo de Uganda por sua iminente condenação, mas também revela a ineficiência da Corte Internacional de Justiça por não ser capaz de criar mecanismos mais eficientes que possam priorizar os assuntos que versam sobre a dignidade humana ante a uma suposta violência patrimonial de baixo poder ofensivo. O julgamento ainda continua e apenas na tarde de domingo sairá o resultado final dos juízes envolvidos no caso.