SiUR Magazine Segunda Edição | Page 16

Coletiva de imprensa traz a tona questão LGBT para doação de órgãos

Incisiva do Clarín muda os rumos de reunião entre cidades, passando a incorporar o combate ao preconceito como pauta a ser discutida

Por Stefano Figueiredo

Quando questionadas especificamente a respeito da doação de órgãos, durante a coletiva de imprensa no último sábado (20), as prefeitas de Buenos Aires e São Paulo admitiram não ter a pauta discutida nem em âmbito nacional nem no palco da UCCI e reiteraram a necessidade de combater qualquer tipo de preconceito ou intolerância.

Ficou clara a necessidade de se dar uma maior

importância a esse grupo específico como potencial auxiliador no combate ao tráfico de órgãos, uma vez que uma reconhecida parcela da população simplesmente é impedida de doar os órgãos em vida ou após a morte, contribuindo para o aumento das filas de espera e, consequentemente, a procura do comércio ilegal de órgãos no mercado negro

Após a coletiva, não só as prefeitas entrevistadas, como todas as outras delegações, presentes se comprometeram a incluir nas próximas discussões da UCCI o combate ao preconceito e o desenvolvimento de projetos que passem a permitir a doação de órgãos pela comunidade LGBT.

Temas relacionados ao tráfico humano internacional voltaram a ser debatidos na reunião da União das Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI), no último sábado (20). Ao contrário do encontro prévio, que abordou a adoção ilegal, pornografia infantil e pedofilia, a pauta do segundo dia de sessões foi o tráfico de órgãos, os problemas do sistema burocrático da doação de órgãos e as imensas filas de espera para transplante.

Entre as resoluções desenvolvidas no encontro, a que mais chamou atenção foi uma proposta de obrigatoriedade da doação de órgãos póstuma para todos os indivíduos que não explicitem em vida ser contrários a mesma.

Mas a efetividade do projeto fica prejudicada diante do problema encontrado pela comunidade LGBT. A doação de sangue e órgãos ainda é tabu, sendo proibida em diversas partes do mundo. Estima-se que o Brasil, por exemplo, desperdiça cerca de 18 milhões de litros de sangue por ano devido ao preconceito. A Argentina retirou, em 2015, todas as restrições que impediam LGBTs de realizarem a doação de sangue.

Quando questionadas especificamente a respeito da doação de órgãos, durante a coletiva de imprensa no último sábado (20), as prefeitas de Buenos Aires e São Paulo admitiram não ter a pauta discutida nem em âmbito nacional nem no palco da UCCI e reiteraram a necessidade de combater qualquer tipo de preconceito ou intolerância.

Ficou clara a necessidade de se dar uma maior importância a esse grupo específico como potencial auxiliador no combate ao tráfico de órgãos, uma vez que uma reconhecida parcela da população simplesmente é impedida de doar os órgãos em vida ou após a morte, contribuindo para o aumento das filas de espera e, consequentemente, a procura do comércio ilegal de órgãos no mercado negro.

Após a coletiva, não só as prefeitas entrevistadas, como todas as outras delegações, presentes se comprometeram a incluir nas próximas discussões da UCCI o combate ao preconceito e o desenvolvimento de projetos que passem a permitir a doação de órgãos pela comunidade LGBT.