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DEBATE 2
PERIFERIA, NEGRITUDE E EXPERIMENTAÇÃO
NO CINEMA DO SÉC. XXI
A partir de 2003, movimentos internos do setor audiovisual, aliados
à uma série insumos providos por políticas públicas, procuraram
enfrentar a centralidade geografica e social que marcou a produção
cultural e cinematográfica brasileira ao longo de todo o século XX.
Estas políticas, implementadas durante a gestão dos então ministros
Gilberto Gil e Juca Ferreira, rejeitaram o padrão de “levar” cultura
a regiões periféricas do centro, como Rio de Janeiro e São Paulo,
para ativar novos agentes e territórios de produção, através da
implementação dos pontos de culturas, editais, entre outras muitas
iniciativas.
Resultado disso é a flagrante emergência de uma diversidade de
realizadores provenientes de novos espaços, personagens até então
alijados da produção cultural nacional, que chegam ao protagonismo
do audiovisual nacional munidos de novas abordagens e possibilidades
de se pensar a estética do cinema brasileiro contemporâneo.
Enquanto a histórica elite intelectual anseia por tradição, autenticidade
e expressões populares alinhadas a Estética ou à Cosmética da Fome,
boa parte desta nova geração de realizadores parece aproximar-se
mais da Estética do Sonho preconizada por Glauber Rocha: uma
produção de imaginário desfragmentado, comprometida sobretudo
com o delírio e com a experimentação radical.
A mesa Periferia, Negritude e experimentação no cinema do séc. XXI
pretende debater estas novas estéticas, significantes e significados
que subvertem as lógicas de negritude e periferia estabelecidas até em
então como comuns.
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