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DEBATE 1
CINEMA E VIDEOATIVISMO:
IMAGENS DE RESISTÊNCIA
Disputa do imaginário. Memória social e política. Ainda tímido nos
anos 1970 e 1980, o videoativismo ganhou força no cenário audiovisual
brasileiro a partir dos anos 1990, como um movimento de protesto
ligado à auto-representação documental e à visibilidade das minorias.
Com a revolução digital (amplo consumo de câmeras e celulares, fácil
acesso aos softwares, equipes reduzidas) e o surgimento das redes
sociais (ferramentas de difusão de conteúdo, mobilização e quebra do
monopólio da informação), o videoativismo nada contra a corrente da
apatia social que vivemos - mesmo diante da crise política-econômica-
cultural-moral -, potencializando a resistência artística e recriando o
espaço de reflexão no audiovisual. Não é só uma questão de produção,
mas de visionamento. Antes, dependíamos das grandes corporações
de comunicação e das grandes salas de cinema.
Atualmente, o videoativismo se alimenta do espetáculo das ruas e da
denúncia social levada a um público que até então estava carente,
obrigados a consumir a mídia tradicional que, por sua vez, também
sofreu um impacto grande, por perderem uma parcela grande
da audiência na disputa ideológica e das narrativas que circulam
diariamente na internet.
O objetivo deste debate, portanto, é refletir sobre as desviantes
formas de se contar a história e pensar as diferentes camadas da
criação audiovisual, sua distribuição e exibição fora dos espaços
“consagrados”, sua produção coletiva, a construção de redes e espaços
potenciais para as trocas e a disputa de narrativas com a até então
mídia hegemônica.
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