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TEXTO DE APRESENTAÇÃO
A Semana foi concebida como mais uma janela para os
filmes brasileiros, numa época em que muitos deles tinham
dificuldade de encontrar espaços de exibição, no Rio de
Janeiro. De lá para cá muita coisa mudou, novos circuitos
e possibilidades de difusão surgiram, ao mesmo tempo em
que a produção brasileira aumentou consideravelmente.
Nesta edição, montamos a programação a partir de um
universo de quase mil filmes. Foram mais de 130 longas
e 750 curtas inscritos, além de muitos outros aos quais
tivemos acesso num trabalho constante de pesquisa.
Desta forma, constatamos que a dificuldade de exibição
segue sendo uma questão para muitas obras. Não é
pretensão nossa dar conta deste problema, mesmo porque
trabalhamos com uma programação bem reduzida em
nossos poucos, porém intensos, 7 dias de exibição.
De toda maneira, mais que os números, interessa-
nos os encontros propostos, dos filmes e realizador_s
com o público, os debates que começam no cinema e
seguem pelas ruas e bares da cidade. A Semana procura
acompanhar de perto a produção audiovisual brasileira,
propondo em sua programação recortes que evidenciam
sua pulsão.
Numa época em que o país e o mundo se encontram
em crise, em que golpes se sucedem, em que o
neoliberalismo e o conservadorismo voltam a ganhar
força e acompanhamos, estarrecidos, retrocessos
sociais e comportamentais, a arte avança como forma de
resistência. Os filmes respondem rapidamente à realidade
e a Semana busca também ser parte ativa deste processo.
Pensar, refletir, discutir, provocar e colocar valores em
questão se faz cada vez mais urgente.
Na programação aqui apresentada, será possível não
apenas constatar a vitalidade da nossa produção, mas
também pensar sobre caminhos e possibilidades distintas
para a criação. Sempre nos interessou questionar dogmas
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