caldo & poesia com
Poema no enterro
E você diz ter feito de tudo,
Esgotado as tentativas - e não consegue...
Que o médico não foi capaz de ajudá-lo
Na sofrida tarefa.
Que a medicina precisa evoluir
-Sinto que pensa.
Acrescenta que vai morrer fazendo;
É muito difícil parar...
Mas não diz que vai morrer matando,
Pois todos os seus morrem e morrerão
De seu vacilo!
O difícil, o complicado é você!
O vício nem tem boca, nariz;
Seu único trunfo é o "prazer".
Outra: hospital não é lugar para suicida!
Em algum momento de sua vida
Você disse ou dirá ser "o cara".
Será?! Será?! Será?!
"O cara "que fede,"o cara" que mata,
"O cara" que gasta..."o cara" sem o pedaço da cara?
Você não quer que seus órgãos morram;
Sim, mas você é um eliminado do
Compromisso, da disciplina, da força de vontade
E - é possível dizer- do amor.
Este que quase sempre vem mais tarde.
Caro fumante viciado, antes que a morte nos ocorra,
Antes que mais um chapa dos que gosto morra,
Escuta este:
Pare de fumar, porra!!!
Sarau a Tempo N° 3 - Outubro
Daniel Neto, Concreta Chegada