Medo de Não Sobreviver
Me alivia a alma escrever um pouco sobre o doloroso sofrimento que me fere internamente, diariamente, a cada instante, pela falta do pedacinho de mim, que se foi dia 29 de Maio – minha filha. Penso tanta coisa, sinto tanto, mas o que é constante é o sofrimento, como dói, ver ela partir… Eu ter tirado ela da incubadora para abraçá-la… Eu ter visto ela apenas por pouco tempo… Eu ter que deixar ela lá em um cemitério após ter visto ela se sintonizar com meus gestos e minhas palavras com tamanha singularidade… Eu pedia para ela “puxe o ar” e ela respirava profundamente, apertava meus dedos com sua mãozinha, estava lá na incubadora de uma UTI neonatal sem quererem intubar, tentar ajudar ela, devido ao problema de diagnóstico em exames gestacional…E eu vendo ela tão perfeita, tão grande eu me pergunto será? Oh meu Deus só peço que cuide de minha florzinha! As pessoas tentam me consolar e é sempre frases do tipo “a você não conviveu muito, seria pior se ela tivesse maior” ou “você é nova terá outros filhos”. Eu tento entender o bom sentimento delas em pensar em mim, mas dói porque eu penso nela, na minha filha e não em mim, queria ver ela bem por o maior tempo possível, é o que eu mais queria...
Evito falar pois sei que quem escuta sofre, mas se 1 a cada 4 mulheres perderam seus filhos imagino que
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