FEMINISMO E SUAS vertentES
1 - Como foi o seu primeiro contato com o feminismo?
Isabela: Na internet, foi péssimo por ter muita gente extremista.
Nathália: Através da internet.
Giovana: Foi através de uma matéria na internet.
Sabrina: Creio que com a internet, mas acho que é algo que vem mais de mim mesma.
2 - Com qual vertente do feminismo você se identifica? Por quê?
Isabela: Feminismo Liberal, o HeForShe é algo que acredito ser certo.
Nathália: Feminismo Interseccional, porque eu acredito que seja a vertente que me representa e que consegue englobar tanto as diferenças de classe, raça e diferenças de gênero.
Giovana: A vertente Radical, concordo com os ideais dessa vertente.
Sabrina: Vertente negra, pois eu acho que a liberal – que é onde a maior parte das mulheres começam – não representa os problemas da mulher negra que sobre preconceito duas vezes.
3 - Em sua opinião, qual a origem da opressão feminina?
Isabela: Religião e suas leis.
Nathália: Acredito que esteja na origem do patriarcado, levando em conta que este esteja dentro de várias estruturas que constituem a nossa sociedade: igreja, família, etc.
Giovana: O patriarcado.
Sabrina: Creio eu que começa com as crenças e religiões com todas as suas regras.
4 - E, para você, qual seria a melhor forma de lutar contra a opressão?
Isabela: Entender que todos são iguais e que precisamos uns dos outros para construir um mundo melhor.
Nathália: Acredito que seja mostrar a nossa realidade de forma que as mulheres passem a ser questionar sobre isso. E mostrar o feminismo como uma solução, e não como uma forma de opressão, então, mostrando o quanto ele é inclusivo.
Giovana: Se opor a ele sempre e debater.
Sabrina: Da forma que estamos fazendo agora, debatendo, e cada vez mais ensinarmos aos mais novos que todos os gêneros devem ser tratados com igualdade completa.
5 - Você acha que homens podem participar do movimento feminista?
Isabela: Sim. Igual o das mulheres.
Nathália: Não. Acredito que esse é um movimento feminino, tanto de mulheres cis, quanto mulheres trans. Quem pode dizer, POR MIM, o que e como eu me sinto, e além disso, o que eu poderia fazer a respeito disso? Só mulher né! Mas, não desconsidero os homens, só acho que o papel deles seria aceitar e entender o movimento nos apoiando.
Giovana: Não, o movimento feminista foi feito por mulheres e para mulheres. Aceitar homens só reafirma a ideia de que precisamos deles pra ter voz, coisa que acredito que precisamos conquistar sozinhas. Além disso, homens não tem e nunca terão a mesma vivência que as mulheres quando o assunto é opressão machista.
Sabrina: Sim, eles devem, isso é mais do que importante para colaborar com o movimento, pois é um grande exemplo aos outros homens.
6 - Moda e maquiagem, pra você, são elementos empoderadores ou não?
Isabela: A maioria das vezes não.
Nathália: São quando incluem todo mundo. Mas na maioria das vezes acabam reproduzindo e reforçando as formas de opressão impostas pela mídia.
Giovana: Não, acho que são meios de opressão e de ditar regras aos corpos femininos que só geram mais e mais problemas para nós.
Sabrina: Creio que são empoderadores se são usados da maneira certa. Se você gosta desses elementos podem usar como um grande aliado do que é ser mulher e mesmo assim ser igualitária mas, caso isso seja para você só mais um padrão imposto pela sociedade, não tem porque você usar, até porque feminismo nada mais é do que a mulher ser do jeito que se sentir melhor sem ser julgada ou menos mulher por isso.
7 - Como você se posiciona quanto a prostituição, ao consumo de pornografia e aos tratamentos estéticos?
Isabela: Não me incomodam, é uma escolha pessoal.
Nathália: Acho que são todos formas de constituição do patriarcado.
Giovana: Sou contra, isso reafirma o patriarcado.
Sabrina: Tratamentos estéticos são uma opção de cada um. Prostituição acaba sendo a única saída das mulheres as vezes. Pornografia é altamente sexista, coloca a mulher em uma posição de submissa, como um objeto, é algo que devemos sim combater, ser contra mas ainda compreendo que é escolha de cada mulher.
8 - Como fazer com que mais pessoas entendam sobre o movimento feminista e suas vertentes?
Isabela: Parando de ser agressiva com quem pensa diferente, propondo um debate onde ambos os lados respeitem um a opinião do outro.
Nathália: Acredito que a conscientização deve começar desde muito cedo, por exemplo, em escolas. Mas o assunto deveria ser debatido em todos os ambientes, desde familiar até empresarial, por exemplo.
Giovana: O melhor meio é debater sobre, difundir campanhas, dar visibilidade ao movimento.
Sabrina: Talvez trabalhar mais sobre isso nas escolas e TV, assim atingindo todo o tipo de público e mostrar que muitos têm uma ideia errada sobre o movimento que é sobre justiça e honestidade.
9 - Por fim, o que significa sororidade para você?
Isabela: O mesmo que fraternidade, mas no feminino.
Nathália: Sororidade, pra mim, é pensar "na próxima", é se colocar no lugar da outra menina. Entender que a minha condição não é a condição de todas as meninas, e assim, não julgá-la. Nós mulheres temos que nos cuidar, e cultivar o respeito existente entre nós. Tentando acabar com a rivalidade que nos impõe.
Giovana: Aliança entre mulheres para alcançar objetivos em comum.
Sabrina: Nada mais é do que empatia e união entre as mulheres.
Radical
Opressão = construção da identidade de gênero;
Não aceitam homens;
Empoderamento coletivo;
Sem recortes raciais ou sociais;
Negro
“Braço” do interseccional;
Lutam contra o racismo,
a hipersexualização da mulher negra, a invisibilidade negra na mídia ou o elevado número de negros na periferia
REVISTA VOZES 100% 09
por Isabela Silva