Revista VOZES 100% Empoderamento feminino | Page 5

“Deixei o não em casa”, “Vem ordinária”, “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negro”, “Tenho medo de ir no bar pedir uma rodada e o garçom trazer minha ex”. Todos esses, são exemplos de como a mulher não passa de apenas um mero objeto nas campanhas publicitárias. Apesar das empresas donas dessas campanhas publicitárias demonstrarem seu “respeito” a mulher e “lamentar” suas ideias magníficas ao aprovarem essas propagandas, para a mulher, esse falso respeito não basta. Não só queremos, nós necessitamos de campanhas publicitárias que não sejam machistas.

Como consumidoras tão assíduas quanto os homens sentimos falta de sermos representadas além do nosso silicone ou da nossa bunda, queremos ser mostradas como as trabalhadoras que realmente somos, as engenheiras, as professoras, as cozinheiras, chefes de grandes empresas, comunicólogas, dentre muitas outras personalidades únicas, as quais a mulher é ou pode vir a ser.

Não nos limitamos a limpar a casa e cuidar dos filhos como mostra as propagandas de produtos de limpeza. Apesar de sermos (quando queremos) mães, donas de casa, não é isso que nos define. A falta de aparecer homens limpando a casa, trocando os filhos, lavando o banheiro mostra claramente que a nossa sociedade ainda considera isso como papel exclusivo das mulheres. Sendo que, existem famílias em que os homens são os "donos de casa", são os que trocam os filhos, lavam o banheiro.

As propagandas publicitárias deveriam mostrar que esse serviço é realizado por ambos os lados, apesar de o número para o lado masculino ser menor que o feminino. Mas ainda assim, é uma realidade que ocorre e que vem crescendo, sendo desse modo, digna de aparecer em um comercial. Se nossos colegas do gênero oposto fossem retratados de forma menos heroica, mostrando ao mundo que nem sempre ele será quem sustenta a casa talvez começaríamos a mostrar uma real igualdade entre os sexos nas nossas propagandas, pois os dois possuem, igualmente, personalidades heroicas e é isso que devemos ensinar aos nossos filhos.

Concluímos, então, que a publicidade – o qual, é um campo dominado por profissionais do sexo masculino – deveria abrir espaço para as mulheres falarem delas mesmas. Para termos propagandas mais conscientes devemos, primeiramente, conscientizar as empresas que contratam os serviços das agências publicitárias, depois mostrar a essas agências que essa forma de "humor" não é certa e, por fim, aprender que mulher não é objeto de incentivo de venda.

MULHER NA PUBLICIDADE

por Isabela Silva e Victoria Jesus de Souza

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