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Meu filho tem diabetes

SAÚDE

Mãe conta história do filho que há três anos vive e aprende a lidar com as restrições e os limites de ter diabetes tipo 1

Por: Marinara Barros

Lá estava ele, um garoto de 10 anos, com sua chuteira nos pés, bermuda e camiseta. Cabelos claros, pele branca, aparência tímida, mas com muitos sonhos para realizar e diversas histórias para contar. Com seus 1m e 33 cm, nem parece que dialoga tão bem. Aceitou nos receber naquela tarde chuvosa de sexta-feira.

O menino que carrega em sua face um sorriso autentico e encantador, está no quinto ano do ensino fundamental, é amante de esportes e seriados do mundo animal. Sobre o futuro, com firmeza nas palavras diz que pretende ser veterinário ou jogador de futebol, esporte pelo qual é apaixonado.

É morador do município de Lauro de Freitas. Guilherme Vieira de Oliveira, nasceu no dia 30 de junho de 2007. É filho da vendedora Tatiane Vieira de 40 anos e do agente de viagens Andrey Oliveira de 42. O filho caçula do casal tem também uma irmã chamada Beatriz Vieira de Oliveira de 15 anos.

Quem o conhece de longe não imagina o cotidiano intenso que o garoto tem desde os sete anos. Baseado na contagem de

carboidratos, insulinas e, um plano alimentar rigoroso a seguir. Guilherme era uma criança com uma rotina normal como qualquer outra, sem restrições alimentares ou acompanhamentos médicos com freqüência. Mas foi nessa idade que a mãe começou a identificar alguns sintomas que pareciam incomuns no filho.

O menino emagreceu, passou a ter o desejo de consumir muita água e começou a ir ao banheiro com frequência. Após procurar um médico e realizar exames, no dia 05 de Janeiro de 2015, ele foi diagnosticado com a Diabetes Mellitus tipo 1, comum ao grupo infanto juvenil.

A Diabetes tipo 1 é diagnosticada geralmente em crianças e adolescentes. Quando a glicose no sangue aumenta por diversos fatores, as células betas produzem insulina e regulam o açúcar que circula pela corrente sanguínea. Porém quando se

tem diabete, a doença ataca o sistema imunológico,

agredindo as células betas, desta forma nenhuma insulina é liberada para o organismo, acarretando assim o aumento de glicose no individuo.

“No momento em que descobri não tive reação, fiquei sem saber o que fazer, nunca tinha lidado com alguém diabético, fiquei muito abalada e triste”, disse Tatiana, mãe de Guilherme. Quando descreve a descoberta, conta que não foi nada fácil. “É uma doença difícil de aceitar”.

Apesar da descoberta e da necessidade de realizar grandes mudanças em seu cotidiano, Guilherme não perdeu a energia que toda criança tem. Sua semana é recheada de diferentes atividades, estuda no colégio Adventista, onde tem aulas de futebol, musica, arte, educação física e, ainda frequenta treinos toda segunda, quarta e sexta, numa escolinha de futebol.

Para um garoto que não está acostumado com uma vida de restrições houve muita dificuldade em se adaptar, a rotina mudou totalmente. Ele passou a depender da contagem de carboidratos, precisou adaptar seus hábitos alimentares e maneirar o esforço físico. Comidas com gordura, açúcar e atividade física em excesso são uma das coisas que ele deixou pra trás.