e harmoniosa. Há mais de duas décadas, o paulista
Rodrigo Robleño experimenta o poder da terapia do
riso nos palcos e no dia a dia. Como o palhaço Vira-
lata, personagem que veste para fazer estripulias em
seus espetáculos, o ator e diretor circense cumpre a
missão de fazer o outro gargalhar, além de provo-
car e chacoalhar as certezas, as verdades e question-
ar algumas regras que muitas vezes nos impomos.
No entanto, quando está fora dos palcos, encaran-
do a vida como uma pessoa comum, nem ele está a
salvo dos contratempos, e já se viu, algumas vezes,
na corda bamba, entre os altos e baixos do humor.
“Isso acontece até mesmo como palhaço, apesar de
que o Viralata é bem mais alegre do que eu”, expli-
ca Robleño. Rodrigo Robleño, que já trabalhou em
grandes espetáculos com o Cirque Du Soleil, é tam-
bém escoteiro e tem como lema a seguinte máxima:
“Somos alegres e sorrimos nas dificuldades”. Assim,
ele encara os dias acreditando que tudo pode ter um
lado risível e que se divertir com cada situação é a
Devemos aprender a aceitar que só porque as
coisas não aconteceram como esperávamos
mais do que gostaríamos, é bom lembrar que eles
também não acontecem para todos ao mesmo tem-
po. Isso, por si só, já é capaz de tornar o mundo um
pouco mais leve e engraçado. Mesmo depois de uma
série de adversidades. Se nos dedicarmos a cultivar
bons sentimentos, nos lembrarmos de respirar fundo
e de perdoar a nós mesmos por nossos rompantes
e falhas, vamos enxergar que o intolerável pode se
transformar em algo mais aceitável e menos pesaro-
so. “Não é estar rindo o tempo todo, mas encontrar
um estado de tranquilidade serena”, aconselha Mon-
ja Coen. Devemos aprender a aceitar que só porque
as coisas não aconteceram como esperávamos não
quer dizer que está tudo acabado e que os próximos
acontecimentos também serão frustrantes. O impor-
tante, mesmo diante desses obstáculos, é que nun-
ca deixemos de nos fazer questionamentos simples
como: “Onde foi parar o meu bom humor? Onde
foi que perdi a capacidade de rir da vida?”. Ou: “Por
que me irritar com isso se tudo é passageiro?”. Que
a gente aprenda a ser mais tolerante e gentil com
nossas imperfeições e nossas falhas. Afinal, clichê ou
não, rir é e sempre será o melhor remédio.
não quer dizer que está tudo acabado e que
os próximos acontecimentos serão frustrantes.
chave para driblar os obstáculos e não deixar o “sor-
riso cair”. “Como palhaço, eu tento rir de tudo. Se
a gente exercitar isso e colocar um sorriso no rosto a
cada problema, rapidamente nosso humor nos aju-
dará a vencer todos eles”, considera. Assumindo uma
postura mais aberta e menos agressiva fica mais fácil
perdoar todas as armadilhas do acaso e lidar com as
falhas. “A gente tem que entender que não é tudo a
ferro e fogo. E que a maioria das coisas que pensam-
os ser ‘o fim do mundo’ não o são”, avalia Luisa.
DÉBORA GOMES é otimista desde criança. E en-
contra no bom humor uma das chaves para lidar
com as adversidades dos dias, sem deixar de sorrir.
Divirta-se com cada situação
Em um de seus livros, o escritor britânico de origem
irlandesa Oscar Wilde nos diz que “a vida é muito
importante para ser levada a sério”. E nem precisa-
mos pensar muito para concluir que levá-la de for-
ma divertida é muito mais fácil e gostoso. Embora
os momentos ruins estejam presentes no cotidiano
Ao se divertir, você torna não apenas a sua rotina mais agradável mas também a daqueles com quem convi-
ve
SETEMBRO 2017• vida simples