Revista TO-BE REVISTATOBE | Page 25

HÉLIO OITICICA Não é apenas ver, é mudar, é viver. Hélio Oticica que foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas, considerado um dos maiores artistas da história da arte brasileira, ele não fazia apenas arte e sim uma proposta a ser vivenciada, acreditava na ideia de junção entre arte e vida, o público não era apenas um expectador, ele fazia parte da arte. Sempre buscando a participação do público em seus trabalhos, ele fez do observador parte integrante de sua obra, a qual adquiria uma nova dimensão com a interação ativa e direta do público. Em época de ditadura lutou pela igualdade, por aqueles que não tinha voz. Aproximou-se da cultura brasileira, , morou na favela, virando passista da escola de samba da Mangueira, criando vínculos de amizade e um amor pelo lugar. Naquela época que foi nos meados dos anos 60 vem a criação do “PARANGOLÉ”, que passou a designar as obras que estava trabalhando naquele momento. Os primeiros parangolés se compunham de tenda, estandarte e bandeira que foram uma inspiração no mund o da moda. Na exposição Opinião 65, no MAM do Rio de Janeiro, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realizou uma manifestação coletiva em frente ao museu, e seus parangolés são vestidos pelos amigos sambistas. Aproximando cada vez mais da marginalidade da favela, dentro de uma lógica de transgressão de valores burgueses, tinha fascínio pelos tipos “Eu não sei nada, mas sei que estou nascendo todos os dias” Hélio Oticica 25.