Revista Tipográfico - 2ª Edição tipografico vol.2 (1) | Page 6
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COMO, QUANDO E ONDE?
cinematógrafo
Para entender como tudo começou, é
preciso saber como surgiu um dos fenômenos
tecnológicos mais impressionantes de nossa
história. Tudo mudou com a descoberta da fo-
tografia no século 19. Sem ela, não seria pos-
sível a criação do cinematógrafo, o primeiro
aparelho a fotografar, revelar e projetar imagens
em uma tela. Foi no ano de 1892 que o francês
Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio,
desenvolver o cinematógrafo, um modelo que
conseguia gravar e projetar a luz das imagens-
-movimento em tela, em quadros por segundo.
Contudo, Bouly não possuía dinheiro para regis-
trar a patente do invento. O cinematógrafo aca-
bou por ser patenteado pelos irmãos Lumière.
Após então, a primeira sessão pública de cine-
ma, organizada pelos irmãos Lumière em 1895,
foi rápida e barata. Por 1 franco cada, 33 as-
sentos foram ocupados por cerca de 20 minu-
tos no subsolo de um café em Paris. Os filmes
até hoje mais conhecidos dessa primeira sessão
foram “A saída dos operários da Fábrica Lu-
mière” e “A chegada do trem à Estação Ciotat”,
cujos títulos já retratam bem seus conteúdos.
Ao longo dos anos o cinema foi adquirindo um
outro patamar. Mas seria nas três primeiras dé-
cadas do século 20 que o cinema se firmaria en-
quanto arte. E isso ocorreu sobretudo pela ação
de artistas interessados em teatro, ilusionismo
e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos
principais nomes dessa fase do cinema foi Ge-
orges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em
1902, conseguindo com esse filme efeitos vi-
suais verdadeiramente impressionantes para a
época. Vale ressaltar também que Hollywood
surgiu como uma importante região produtora de filmes nos
Estados Unidos e sua posição de grande destaque mundial se
confirmou ainda durante os terríveis anos da primeira guerra
mundial, quando a Europa estava arrasada com os conflitos.
No final dos anos de 1920 o cinema ganhou um complemen-
to impensável até então, a reprodução sonora. Antes, desde a
primeira sessão dos irmãos Lumière em 1895, todos os filmes
eram mudos. A cor no cinema surgiu bem mais tarde, já em
meados da década de 1950. Hoje em dia esses dois elementos
são marcas indispensáveis da maioria dos filmes produzidos.
Demorou um tempo para que as platéias pioneiras se acostumas-
Auguste e Louis
Lumière
sem com a nova moda: teve gente que saiu correndo das salas ao
ver cenas como as de um trem, pensando que ele fosse sair da
tela e se chocar com o público! Mas hoje, a reprodução das ima-
gens de cinema marca a virada tecnológica que permitiu a disse-
minação da informação visual para grandes públicos, criavndo
a chamada “indústria cultural”, que nos possibilita hoje ter mais
de 200 canais de TV em casa e baixar filmes pelo computador.
Fica registrado, portanto, o agradecimento aos irmãos Lu-
mière! Sem vocês poderia ser que hoje não existisse Netflix