Revista Tecnicouro - Edição 313: comepleta Ed. 315 - completa (Nov/Dez - 2019) | Page 86

Materiais e métodos Para a determinação do índice de amortecimento são utilizadas plataformas de força, como mostra a Figura 1. [ [ Índice de amortecimento = TAPc - TAPd x 100% , onde TAPc é o valor da TAP com calçado e TAPd é o valor da TAP descalço. O índice de amortecimento é apresentado em %. TAPd Figura 1 - Força de reação do solo (FRS) (a) plataformas de força e (b) curva característica de força x tempo. A primeira derivada matemática é a TAP (Taxa de Aceitação de Peso) e está associada à absorção de impacto (ou amortecimento) As plataformas de força usadas neste estudo possuem frequência de ressonância 570 Hz no eixo y (usado neste estudo), taxa de aquisição de 2 KHz e incerteza de medida da força na faixa de ± 0,5%. O software de aquisição e processamento de dados foi desenvolvido no próprio IBTeC, na linguagem Dephi, e as plataformas de força e o software (conjunto) foi calibrado contra pesos mortos calibrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Cetemp) de São Leopoldo/RS. Os calçados utilizados nese estudo foram provenientes de várias empresas e procurou-se verficar se existia diferença entre a taxa de amortecimento dos calçados com e sem cano alto, independente da construção do cabedal e solado. Os modelos humanos utilizados neste estudo são aqueles pré-selecionados e que executam normalmente os testes de conforto no laboratório de Biomecânica. Resultados e conclusões Foram testados 28 pares de calçados cano alto. O valor médio dos calçados femininos foi 78,2% e do masculino 83,9%. A média geral resultou 81,8%. No caso dos calçados tipo cano baixo foram testados 34 pares de calçado. A média dos calçados femininos foi 72,5% e dos masculinos 81,5%. A média geral foi 77,2%. Nota-se que a diferença entre os valores femininos de cano alto e cano baixo foi da ordem de 5,7% e entre os valores masculinos 2,4%. Os calçados de cano baixo resultaram em valores menores, porém a diferença está praticamente na incerteza da grandeza avaliada. A diferença entre cano alto e cano baixo, no caso da média geral, foi de 4,6%, também dentro da incerteza da medida. Assim, pode-se dizer que praticamente não houve diferença estatisticamente significatva entre as variáveis avaliadas. Bibliografia 1) R. M. Shorten, Running Shoe Design: Protection and Performace, In: Maratathon Medicine (Ed. D. Tunstall Pedoe). London, Royal Society of Medicine, P. 159-69, 2000. 2) B. M. Nigg, D. Stefanyshyn, G. Cole, P. Steretgiou, J. Miller, The effect of material characteristics of shoes soles on muscle activation and energy aspects during running. Journal of Biomechanics. V. 36, p.569-75, 2003. 3) Bruxel, Y; Balbinot, A.; Zaro, M.A., Evaluation of impact transmissibility on individuals with shoes and barefoot during human gait, Measurement 46 (2013) 2547-2554. 6) Milani, L. Thomas, Biomechanical research in footwear development, Braz. J. of Biomechanics, year 4, April, 2003. 7) Smeathers, J.E. and V. Wright, Response of the human body to impact dynamics and vibration, journal of Engineering in Medicine, p. 179, 1989. 8) Kavanagh J. Justin, and Hylton B. Menz, Accelerometry: A technique for quantifying movement patterns during walking, Gait & Posture 28, 2007. 9) Balbinot, G., 1,2; Dorneles, P. P. 3; Wiest, M. J. 4; Carpes, F., Efeitos do envelhecimento na taxa de aplicação de força no solo e impacto transiente. Rev.Tecnicouro, Outubro de 2011, p. 74. 10) Balachandran, B., Magrab, E.B., Vibrações Mecânicas, 2ª Ed., Ed. Cengage Learning, Cingapura, 2011. 11) Smeathers, J.E. and V. Wright, Response of the human body to impact dynamics and vibration, journal of Engineering in Medicine, p. 179, 1989. 12) Balbinot, A. e Brusamarello, V.J., Instrumentação e Fundamentos de Medidas, Vol. 1 e 2, 3ª edição, Ed. LTC, 2017