Revista Tecnicouro - Edição 313: comepleta Ed. 315 - completa (Nov/Dez - 2019) | Page 41

O mercado brasileiro de segurança e proteção C Serviços para o desenvolvimento e comercialização de produtos Para a comercialização de EPIs no Brasil, é necessário seguir a Normativa Regulamentadora (NR 6) para Equipamentos de Prote- ção Individual (EPI) e as Portarias do Ministério do Trabalho. Uma delas estabelece procedimento para o cadastro de empresas fabri- cantes e/ou importadoras de EPI e para a obtenção e renovação do Certificado de Aprovação CA, outra determina as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios aplicáveis aos EPIs, a terceira estabelece procedimentos para o credenciamento de laboratórios e requisitos obrigatórios para a realização de ensaios laboratoriais. O coordenador técnico do Laboratório de Caracterização de Materiais do IBTeC, Ademir de Vargas, salienta que as normas ser- vem tanto para proporcionar segurança e bem-estar dos trabalha- dores, quanto para diminuir e eliminar os acidentes no trabalho. “Essas normas são atualizadas no Comitê Brasileiro de Equipamen- tos de Proteção Individual (ABNT/CB-32), que é formado por fabri- cantes, consumidores e neutros, os quais padronizam métodos de ensaios e seus requisitos no âmbito de atuação para normalização dos equipamentos de proteção”, explica Ademir. Além de atuar na avaliação e adequação de EPIs, principalmen- te calçados e luvas, o IBTeC é também promotor da inovação. “Sa- bemos que inovar é gerar resultados a partir das criações, e que a essência da inovação está em diferenciar-se, mas para isso é pre- ciso construir um ambiente favorável, ter inovadores na equipe, ainda que eles não sejam colaboradores diretos. Pensando nisso, o IBTeC reestruturou sua equipe com especialistas para atender o mercado, contando com gestores de inovação, mestres e doutores gerando a inovação a partir da colaboração”, pontua o gestor de inovação, Deivis Gonçalves. om faturamento anual de US$ 2,3 bilhões e 100 mil empregos diretos, o Brasil tem cerca de 1.300 empresas que fabri- cam ou importam equipamentos de proteção individual (EPIs). Segundo a Associação Nacio- nal da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) as que mais faturam são as de vestimentas de segurança, seguidas de luvas hospitalares, calçados e luvas de segurança, somando 78% do merca- do. A entidade congrega as empresas do setor, participando das discussões pela melhoria da segurança e saúde dos profissionais. O desenvolvimento da cadeia é afetado pela evolução do produto interno bruto (PIB) e pelo avanço da cultura da prevenção - 88% do mercado é centrado em EPIs de utilização in- tuitiva, ou seja, vestimentas, luvas e calçados, enquanto os que previnem doenças futuras, como proteção respiratória e proteção auditi- va, correspondem somente a 7% do mercado. Há, portanto, muito a ser desenvolvido junto aos trabalhadores em conhecimento e preven- ção, e a entidade acredita que o mercado interno possa crescer a uma taxa de 5% ao ano, desde que o PIB se mantenha positivo e acima de 2% ao ano. Na década de 1970, aconteceram 1,4 milhão de acidentes no trabalho, com mais de três mil vítimas fatais, para 10 milhões de tra- balhadores segurados pelo Regime Geral da Previdência Social. O Brasil combateu esta re- alidade ao estruturar um sistema de proteção ao trabalhador, estabelecendo e aprimorando normas e certificações para a qualidade dos equipamentos e materiais voltados à proteção e segurança no trabalho, com a participação do Ministério do Trabalho, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e das entidades setoriais. A melhora no quadro de acidentes no trabalho foi significativa, reduzindo de impressionantes 14% para 3% da massa trabalhadora. Já as ví- timas fatais diminuíram de 30 para seis a cada 100 mil trabalhadores. novembro | dezembro • 41