Revista Tecnicouro Ed. 327 Novembro - Dezembro 2021 | Page 96

ARTIGO

Materiais e Metodologia
Este estudo se caracterizou como descritivo do tipo exploratório . As mulheres que participaram são modelos de calce do Laboratório de Biomecânica . No período gestacional , as mulheres reportaram estar livres de patologias cardiorrespiratórias e osteoarticulares que pudessem influenciar seu desempenho na marcha . As gestantes têm as seguintes características : faixa etária média de 25,5 (± 2,5 ), altura média 1,59 cm (± 4 cm ), peso corporal 67,5 kg (± 7,5 kg ), ambas primigestas .
A avaliação da marcha foi realizada em três momentos distintos : a ) antes da gravidez ( dados resgatados da base de dados do Laboratório de Biomecânica do IBTeC ); b ) no segundo trimestre de gestação ; e C ) Período de seis meses após o parto . Antes de iniciar a coleta dos dados da marcha foi realizada a familiarização das voluntárias , agora gestantes , com a marcha na passarela . Posteriormente as voluntárias caminharam em velocidade de 4 km / h ± 5 % sobre a passarela . Foram adquiridas 20 tentativas válidas as quais os sujeitos abordaram a plataforma 1 com o pé direito e a plataforma 2 com o pé esquerdo , em sua totalidade .
As plataformas de força usadas neste estudo para a aquisição dos dados possuem frequência de ressonância 570 Hz no eixo y , taxa de aquisição de 2 KHz e incerteza de medida da força na faixa de ± 0,5 %.
As variáveis analisadas foram taxa de aceitação do peso ( TAP ) e Primeiro Pico Força ( PPF ). Para o tratamento estatístico foi utilizada a estatística descritiva e para verificar possíveis diferenças foi utilizado teste t de student , com significância de 0,05 .
Resultados
A TAP é uma variável utilizada na análise da marcha para indicar o quanto de força é aplicado em um intervalo de tempo de aproximadamente 25 milissegundos , ou seja , o impacto sofrido pelo aparelho locomotor durante o toque do calcanhar no solo . Ela é determinada de forma indireta a partir da derivada primeira da função força versus tempo . A primeira derivada é a TAP e está associada ao impacto ( ou amortecimento ).
Na Figura 1 , observa-se que os resultados antes e após a gestação apresentam intensidades análogas . No entanto , observa-se magnitude maior durante o período gestacional . Quando verificado através da estatística inferencial , observou-se que houve diferença significativa na TAP quando comparada antes e durante o período gestacional , provavelmente relacionada a uma estratégia de adaptação do corpo com o objetivo de manter ou melhorar sua estabilidade dinâmica , como medida compensatória decorrente das alterações no centro de gravidade devido ao aumento de carga , entre outras . Esta adequação na marcha possivelmente proporciona maior segurança às gestantes .
Figura 1 : Taxa de aceitação de peso antes , durante e após a gestação
Na Figura 2 , observa-se que o PPF se manteve constante nos três períodos avaliados ( antes , durante e após a gestação ). Também não foi encontrada diferença significativa entre as médias . Estes resultados são similares aos encontrados por ElDeeb & Abdel-Aziem ( 2019 ), que analisou a curva de reação do solo de três grupos , não gestantes , grupo no 2 º trimestre de gestação e outro grupo no 3 º semestre de gestação , onde não encontraram diferença significativa para o PPF .
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