Revista Tecnicouro Ed. 327 Novembro - Dezembro 2021 | Page 91

TENDÊNCIAS DE INOVAÇÃO

NO VAREJO FÍSICO PUXADAS PELA

ACELERAÇÃO DIGITAL

A

pandemia do novo coronavírus não só impulsionou o forte crescimento do comércio eletrônico , como também trouxe algumas tendências para as lojas físicas . Com medidas de distanciamento social e restrições de circulação de pessoas , alguns estabelecimentos passaram a oferecer novos serviços para manter o ritmo das atividades e disponibilizar conveniência e segurança para os clientes . “ Essas transformações têm contribuído de certa forma com a aceleração digital nos pontos de venda também ”, explica o fundador e CEO da Sled , plataforma que simplifica as transações no varejo físico , Anderson Locatelli . Por conta disso , o executivo lista algumas das principais tendências em andamento no comércio .
Digitalização do troco
Com o maior receio em manusear dinheiro em espécie , seja em moedas ou cédulas , o troco digital virou uma alternativa com maior segurança sanitária para os consumidores , que podem fazer a opção após o operador fechar a venda em locais que oferecem o serviço . Já para o varejista , a solução evita a falta de troco e diminui a necessidade de fazer sangrias de caixa , aquele momento em que o operador interrompe o seu trabalho para contar as cédulas , gerando filas indesejadas para os clientes e vulnerabilidade para a segurança de todos . “ O troco digitalizado permite o estabelecimento creditar o dinheiro direto no CPF do consumidor , mesmo daqueles que não possuem contas bancárias . Ele só precisa baixar um aplicativo para usar ou transferir o valor quando desejar ”, explica Anderson .
Saque no varejo
Com a constante diminuição no número de caixas eletrônicos e de agências bancárias pelo País , soluções de saque no varejo , por meio de cartões de débito ou pré-pago nos caixas dos pontos de venda , são uma alternativa bem-vinda . “ A grande inovação é conseguir oferecer esse serviço sem que o cliente precise comprar nada em troca ou pagar pela operação ”, aponta Anderson . Segundo ele , a tendência é que as lojas não sejam apenas mais que um mero local de compras , mas sim , um hub de conveniência com um mix variado de produtos e novos serviços como o saque . “ Essa solução vai ajudar muito as pessoas que vivem mais afastadas dos grandes centros , que são as que geralmente não tem um caixa eletrônico por perto ”, avalia o CEO .
PIX como meio de pagamento
Apesar de a adesão ainda ser baixa , o uso do Pix como meio de pagamento começa a crescer . Para o consumidor , o sistema pode trazer maior rapidez para confirmar a compra . Já para o varejista , é a forma de pagamento mais barata , por conta da taxa menor se comparada com os cartões de crédito e débito , além do recebimento acontecer no ato . “ Assim como a aproximação , o Pix deve ser uma das grandes tendências do varejo a partir de um movimento cada vez maior de lojas disponibilizando essa novidade aos clientes ”, prevê .
Compras personalizadas
Com o aumento do uso de novos canais de atendimento , como aplicativos de mensagens e aplicativos de entregas , muitos pontos de venda estão apostando na criação da figura do personal shopper , profissional disponível nos estabelecimentos para receber os pedidos e personalizar as compras , de acordo com os gostos dos consumidores . Por meio deste profissional , o cliente recebe informações mais precisas dos produtos desejados e tem maior agilidade na hora de escolher . Para o fundador da Sled , a figura do personal shopper permite que os consumidores escolham os produtos com mais assertividade , sem precisar se deslocar até as lojas .
Doação do troco digital
Dentro de algumas soluções que oferecem o troco digital , já é possível selecionar a opção de doação do troco . Nesses casos , ao invés de receber o montante no seu CPF , o consumidor escolhe alguma instituição filantrópica para contribuir dentro de uma lista de ONGs cadastradas no sistema integrado ao caixa . Segundo Anderson , o serviço é uma opção transparente e acessível , já que a doação tem origem no CPF do cliente , o que elimina custos tributários para o varejista , além de viabilizar que o valor seja creditado instantaneamente na conta da entidade beneficiada . “ É uma maneira de consumidores e lojistas contribuírem sistematicamente com causas de impacto social ”, completa .
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