Revista Tecnicouro Ed. 327 Novembro - Dezembro 2021 | Page 68

EMBRAPII e Fapergs falam sobre recursos federais e estaduais

Estratégias de incentivo à inovação foi o último painel realizado na Semana do Calçado tendo como convidados o diretor presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial ( EMBRAPII ), Dr . Jorge Almeida Guimarães , e o diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do RS ( Fapergs ), Odir Antônio Dellagostin . O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro , Calçado e Artefatos ( IBTeC ), Paulo Griebeler , foi o mediador do encontro , que teve como objetivo promover o debate sobre inovação como fator de desenvolvimento econômico e de competitividade industrial por meio do compartilhamento de ações que estão sendo realizadas tanto em âmbito nacional como estadual .

De acordo com Jorge Almeida , a EMBRAPII é uma organização social privada , vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia , Ministério da Educação e Ministério da Saúde , que participam do contrato de gestão da instituição . “ A perspectiva é de que outros quatro ministérios passem a participar com fontes de recursos muito em breve ”, anunciou o executivo . A EM- BRAPII tem fonte de recursos pela Lei de Informática , com Sebrae , para startups e pequenas empresas . Tem ainda um programa muito bom de logística chamado Rota 2030 , e hoje somente para a área de saúde , um acordo com o BNDES , que se ampliará para várias outas áreas já a partir de novembro .
A instituição de pesquisa pratica a tríplice hélice ( governo x empresa x universidades ). A missão da EMBRAPII , que trabalha para desenvolver produtos para o mercado , inclusive internacional , é a interação destas unidades com as empresas , para desenvolver os projetos por elas trazidos .
Agilidade , flexibilidade e burocracia zero é o que norteia a operação das atividades da instituição . A forma de tornar a agilidade realidade é uma sistemática em que a contratação dos projetos é feita diretamente nas unidades , onde são assinados os contratos e coordenado andamento de cada projeto .
A EMBRAPII tem hoje 72 unidades , espalhadas pelo Brasil . São instituições que detêm capacidade técnica e infraestrutura de ponta para atrair empresas . Os critérios para a seleção de unidades são muito técnicos e rigorosos . No Rio Grande do Sul são apenas oito , mas , de acordo com Jorge , há perspectivas de crescer este número .
Tem parcerias internacionais em vários países , para auxiliar na internacionalização das pequenas e médias empresas . Criada em 2013 , começou a operar em 2015 e até agora tornou realidade 1.371 projetos de 952 empresas , chegando a R $ 1,9 bilhão , em sete anos de existência . Destes , 525 são pedidos de propriedade industrial .
Em 2021 , até junho , em plena pandemia , foram aprovados projetos de 114 empresas que nunca haviam trabalhado com o EMBRAPII . Ao final do ano , a instituição terá mais de 200 novas empresas operando neste modelo .
O diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul ( Fapergs ), Odir Antônio Dellagostin , lembrou que a comunidade científica está enfrentando uma severa crise de financiamento em pesquisa e formação de produtos humanos . “ Mas a produção de conhecimento ainda não demonstrou desaceleração , porque a pós-graduação é que dá suporte à pesquisa . Hoje o pesquisador lá na ponta está tendo que inovar para desenvolver projeto na quantidade de recursos necessários , mas a gente segue em frente , pois a área de pesquisa acadêmica no Brasil é muito resiliente e continua atuante mesmo com a crise no financiamento ”, contextualizou .
No Rio Grande do Sul , de acordo com Odir , o Estado vive uma crise financeira crônica , de muitos anos com dificuldades de fazer com que os recursos captados sejam suficientes para arcar com as despesas . A capacidade de investimento do Estado tem sido muito reduzida nos últimos nos . E isto se reflete também na capacidade de investimentos por meio da Fapergs .
Ele criticou a atitude do Congresso , que retirou do setor de ciência R $ 600 milhões em recursos que serão alocados em outros ministérios . “ O Rio Grande do Sul recebe apenas 10 % dos recursos alocados pelo Governo
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