Inovação em debate
Para fechar a programação da
Semana do Calçado , o IBTeC promoveu dois painéis do 7 º Fórum de Inovação , entre eles Inovação em debate , tendo como convidados o CEO da Domus Nanotech , Carlos Gerdau Joahnnpeter ; o CEO da Top Shoes Brasil Group , Gustavo Dal Pizzol , e o gerente comercial de fibras e poliamida do Grupo Solvay , Marcello Bathe . O vice-presidente executivo do IBTeC , Dr . Valdir Soldi , foi o mediador . Ele abriu as discussões afirmando que o objetivo do evento é entender como as empresas estrategicamente se posicionam nesta questão de inovar efetivamente e em seguida apresentou os palestrantes .
Carlos Gerdau Johannpeter iniciou o debate , falando sobre seu projeto na área de inovação . Ele disse entender que “ inovação é muito relevante nos negócios , e nós estamos vivendo tempos muito interessantes , porque existe uma evolução constante e cada vez mais acelerada do conhecimento , da ciência , da computação , do processamento de dados e , dentro da física e da química , isto continua sendo refletido ”.
Opinando que nem todas as empresas estão preparadas para inovar , ele comentou que o setor de calçados , e o próprio processo de moda , torna o ambiente propício para a inovação . “ A indústria calçadista está em um ambiente que consome moda , e para isto precisa ter inovação ”, salientou .
Ele mencionou que existe um conflito e uma dificuldade de entendimento entre o ponto mais importante da empresa , que é manter seu faturamento e suas obrigações do dia a dia , versus a necessidade de inovar . E por isto a importância de parcerias com empresas menores , as chamadas startups , para que as grandes empresas possam atuar em conjunto com outras menores , focadas em desenvolvimento de inovações , para que possam encontrar soluções .
A Domus Nanotech tem poucos meses de existência , mas foi criada por pessoas que têm muita experiência no mercado e está trabalhando com nanomateriais , sendo o grafeno um deles . “ O grafeno já existia na natureza há muito tempo , mas foi descoberto há pouco mais de 20 anos , e hoje reúne milhares de empresas , laboratórios e pesquisadores estudando aplicabilidades para este material em escala industrial . Já temos muitas possibilidades para o uso deste material , que oferece características muito importantes para diferentes setores , desde indústria automobilista até roupas , tintas e baterias ”, afirmou o empresário .
O grafeno é 40 vezes mais forte que o diamante , 300 vezes mais forte que o aço , e muito mais leve . Considerado o melhor material que existe no mundo para condutividade de calor e eletricidade , com excelente condutividade térmica e já é realidade para muitas aplicações , embora numa escala ainda não plenamente desenvolvida .
Uma aplicação na qual a Domus Nanotech está envolvida é na Biosens ( startup que atua na pesquisa , desenvolvimento , produção e comercialização de biossensores ), com o teste de POC , que é o tempo de coagulação , se dá através de eletrodos de grafeno . É uma tecnologia não invasiva , muito mais rápida , barata e assertiva . “ Este é um exemplo que demonstra claramente que não é apenas uma boa ideia , um potencial de negócios , mas um resultado concreto ”, afirmou .
Gustavo Dal Pizzol iniciou sua fala contando que a Top Shoes é um grupo de empresas que trabalha somente com tecnologias 3D . “ Fomos pioneiros na área têxtil ( knit ) e agora abrindo a Gate 3D . Quando conheci a tecnologia 3D , vi nela o futuro do setor calçadista . Entendemos que o knit é uma tecnologia que produz uma estrutura de cabedal que não exige forro , e possibilita produzir um cabedal pronto , sem costura , sem recorte e por isto sem desperdício de matéria-prima e que resolve um dos gargalos da indústria calçadista - a escassez de mão de obra no futuro ”, observou .
Um dos desafios deste negócio , segundo Gustavo , foi convencer o mercado de que a tecnologia não é moda , e sim uma nova forma de fazer o produto . “ O interessante é a possibi-
66 • novembro | dezembro