Revista Tecnicouro Ed. 327 Novembro - Dezembro 2021 | Page 32

Perfil básico

CONSUMIDOR BRASILEIRO volta a gastar

Pesquisa IPC Maps prevê alta de 3,7 % no consumo

Após um ano marcado por prejuízos irreparáveis na maior parte dos setores econômicos do Brasil - e mesmo que ainda vivenciando a pandemia - , o consumo das famílias deve recuperar parte do seu fôlego e movimentar cerca de R $ 5,1 trilhões ao longo deste ano - o que representa um aumento de 3,7 % em relação a 2020 , a uma taxa também positiva de 3,17 % do PIB . A estimativa é do estudo IPC Maps 2021 , especializado há quase 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional , com base em dados oficiais .

Segundo o sócio da IPC Marketing Editora , Marcos Pazzini , responsável pela pesquisa , o crescimento esperado para este ano é satisfatório , já que as perdas registradas em 2020 , em função do isolamento social imposto pela pandemia , vão demorar para ser esquecidas . “ Aos poucos , os brasileiros tentam voltar à rotina normal , e é isso que estimulará o consumo em 2021 ”, aposta .
O levantamento mostra que , em momentos de crise como a do ano passado , mercados já consolidados tendem a reagir com maior facilidade e a se recuperar mais rapidamente do que os menores e / ou fora dos grandes centros . É por esse motivo que , as 27 capitais , após seguidas perdas , passarão a conquistar espaço no consumo nacional , respondendo por 29,3 % do total de gastos . Assim , enquanto o interior também avançará , com 54,9 %, a participação das regiões metropolitanas deverá cair para 15,8 % neste ano .
Seguindo a mesma lógica , outro destaque fica por conta da Região Sul que , depois de 13 anos , retomará a vice-liderança no ranking de consumo entre as regiões brasileiras . Para Marcos , a “ forte produção industrial local , o agronegócio e a melhor distribuição da sua pirâmide social ” podem explicar tal alavancada na economia sulista .
Esta edição do IPC Maps aponta , ainda , a redução na quantidade de domicílios das classes C1 e C2 , o que elevará o número de residências nos demais estratos sociais . “ A migração de domicílios dessas duas classes impactará positivamente o consumo dos grupos D / E , com uma vantagem de 15,5 % sobre os valores de 2020 ”, explica o especialista . Já , os estratos A , B1 , B2 e C2 terão crescimento abaixo da média .
O Brasil possui mais de 213,3 milhões de cidadãos . Destes , 180,9 milhões moram na área urbana , respondendo pelo consumo per capita de R $ 26.042,02 , contra os R $ 11.245,8 gastos individualmente pela população rural .
Assim como no ano anterior , a classe B2 lidera o cenário de consumo , representando mais de R $ 1,161 trilhão dos gastos . Junto à B1 , pertencem a 21,3 % dos domicílios , assumindo 39,6 % ( R $ 1,866 trilhão ) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras . Presentes em quase metade das residências ( 47,9 %), C1 e C2 totalizam R $ 1,752 trilhão ( 37,2 % ante 35,6 % em 2020 ) dos recursos gastos . Já o grupo D / E , que ocupa 28,6 % das moradias , consome cerca de R $ 505,8 bilhões ( 10,7 %). Mais enxuta , caracterizando apenas 2,2 % das famílias , a classe A tem seus gastos em R $ 587,5 bilhões ( 12,5 % em 2021 contra 12,8 % do ano passado ).
Na área rural , o montante de potencial de consumo esperado é 14,6 % superior ( em termos nominais ) em relação a 2020 , totalizando R $ 364,8 bilhões neste ano .
Cenário Regional
O realce vai para a Região Sul que , ao ampliar sua fatia de consumo para 18,2 %, volta a ocupar o segundo lugar no ranking das regiões - posição que vinha sendo ocupada desde 2008 pelo Nordeste , cuja participação agora cai para 17,5 %. Ainda na lista das regiões com crescimento entre 2020 e 2021 , aparecem a Sudeste - que amplia em 1,9 % sua representatividade , respondendo por 49,4 % dos gastos nacionais
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