Revista Tecnicouro Ed. 327 Novembro - Dezembro 2021 | Page 61

dependendo da região para onde esse seria enviado , hoje , com o acesso digital já não é mais possível . Pois os consumidores , ao perceberem isso , se sentirão desrespeitados e vão reclamar .
Luiza Barcelos comentou que a internet e as ferramentas digitais ampliaram as possibilidades de comunicação e a pandemia acelerou esta inserção . “ Desde muito cedo aprendi que a internet , os canais digitais são nossos aliados . Hoje , as informações que se obtém sobre os nossos clientes nos possibilitam ser muito mais assertivos em nossas ações , anos atrás éramos muito intuitivos , mas os dados nos possibilitaram conhecer de fato com quem conversamos ”, destaca .
Walter observou que não dá para “ dormir em berço esplêndido , esperando que surja alguém que venha nos salvar , é preciso buscar conhecimento , evoluir . Vivemos em um momento incrível , em que podemos nos conectar com o mundo , pois já não temos mais barreiras físicas , é preciso aproveitar isso ”, instigou .
Eduardo Smaniotto ponderou , há alguns anos , os consumidores para comprar um par de calçados precisavam experimentar , mas hoje a compra online já é uma realidade também para este segmento , que só vê o e-commerce crescer .
Walter destacou que a digitalização chegou também nos materiais , e os criativos têm aceitado esta forma de apresentação das matérias-primas e componentes , mas este processo foi bem complexo , haja visto que atributos como espessuras , toque e texturas são muito sensoriais .
Luiza Barcelos concordou com essa dificuldade , mas pontuou que mesmo achando que jamais conseguiria comprar um material sem tocá-lo , as circunstâncias levaram para esta experiência da digitalização e deu muito certo .
Sobre o crescimento do e-commerce versus as dificuldades enfrentadas pelas lojas físicas , Walter considerou que só ter digital pode não ser uma boa escolha , tem que oferecer as duas opções , e quem não acompanhar esta tendência pode perder o sentido de sua existência .
Luiza Barcelos complementou afirmando que o consumidor está mais exigente e o varejista não pode ter vergonha de vender . Quando as lojas precisaram fechar as suas portas , se buscou alternativas e o universo digital foi fundamental para a sobrevivência de muitos negócios . Todos tiveram que se superar , sair da zona de conforto e entrar de cabeça nas redes sociais , enquanto ainda aprendia a usar as ferramentas digitais . “ Para conquistar é preciso querer e ter coragem ”, determinou .
Eduardo Smaniotto lembrou que vender de uma forma digital não é só e-comerce . Hoje o social e-comerce também é muito eficiente . “ As live shop são crescentes , há quem se especialize , por exemplo , em vender somente uma determinada numeração , que o consumidor tenha mais dificuldade em encontrar nos pontos de venda tradicionais , como números muito altos ou muito baixos ”, ilustrou , complementando que às vezes a solução requer mais criatividade do que investimentos financeiros .
Outro exemplo listado por Eduardo sem necessidade de se ter custos , são as vendas por aplicativos como o WhatsApp , mas neste caso , a loja precisa pensar muito bem como fazer para não destruir o valor de sua marca construído ao longo de toda uma existência .
Walter argumentou que as marcas têm poder de deixar as pessoas mais felizes , bonitas e encantadas com a vida , mas é preciso criar esta relação . “ O consumidor não pode achar que a marca está no mercado somente para vender algo por um determinado preço , é preciso que o cliente diga ‘ eu sou fã de vocês ’”, desafiou .
Para concluir , Luiza Barcelos analisou que é preciso ensinar o lojista a construir branding tendo orgulho da sua própria história . Eduardo Smaniotto avisou que consumidores não são fiéis às marcas , as marcas é que devem ser fiéis aos seus consumidores . Walter lembrou que as marcas existem para servir às pessoas .
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