Revista Tecnicouro - Ed. 322 Janeiro / Fevereiro - 2021 | Page 38

COLUNA EPIs

Calçados contra agentes químicos : atualização da Norma BS EN 13832

Gabriel Damaceno técnico químico do Laboratório de EPI Calçados do IBTeC

Nos setores da indústria onde há riscos químicos ,

é essencial que sejam proporcionados aos trabalhadores equipamentos de segurança que realmente cumpram seu papel de proteção frente aos mais diversos produtos e reagentes . Para assegurar tal qualidade no que diz respeito aos calçados , a norma técnica utilizada no Brasil é a BS EN 13832 . Esta norma europeia tem por função especificar os métodos de teste e requisitos para a resistência de calçados contra produtos químicos , abrangendo as seguintes categorias de proteção oferecidas : calçados contra respingos ( tipo U ), que devem proteger o usuário na parte superior do calçado quando o contato com produto químico é inferior à uma hora ; calçados contra respingos e degradação ( tipo US ), oferecendo proteção na parte superior e no solado , com contato também inferior à uma hora ; e calçados contra permeação , que protegem o usuário do contato prolongado e contínuo com produtos químicos em toda a sua construção ( cabedal e solado ).
Uma das alterações mais significativas da nova versão da norma é a inclusão da característica de resistência a respingos de produtos químicos ( tipo U ). A partir disto , calçados do tipo I ( com cabedal de couro e outros materiais , excluindo o polimérico ou de borracha ) agora podem adentrar o mercado de calçados resistentes a produtos químicos , desde que possuam desenho do tipo B ( botina ) ou superior e atendam aos requisitos necessários . Neste ensaio , o produto químico é despejado no calçado diversas vezes e , após determinados períodos de tempo , são feitas avaliações visuais .
No que diz respeito à resistência à degradação , o tempo de duração do ensaio foi reduzido na versão de 2018 . Anteriormente , tanto o cabedal quanto o solado permaneciam em contato com os produtos químicos pelo período de 24 horas e após este tempo eram realizados os ensaios físico- -mecânicos para avaliação da degradação . Na nova versão , o tempo foi reduzido para 8 horas e os ensaios realizados após também sofreram algumas alterações em seus respectivos métodos e requisitos .
Portanto , com tais alterações a nova versão da norma torna bem mais claro o processo de certificação de calçados para proteção dos pés e pernas contra agentes químicos e seu enquadramento na Norma Regulamentadora N º 6 , especificando claramente melhor os métodos de teste e requisitos para tal finalidade .
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