CONFECÇÃO 4.0:
como a tecnologia está
revolucionando o setor têxtil
N
ovas soluções oferecidas
na impressão digital têxtil
puderam ser conferidas na
29ª Feira de Tecnologia de Impressão
para Mercados de Serigrafia, Sign e
Têxtil (FuturePrint), que ocorreu em
São Paulo/SP, no último mês de julho.
A feira reuniu 250 expositores que re-
presentam 650 marcas e espera atrair
cerca de 40 mil visitantes em busca de
novidades tecnológicas e soluções em
acessórios, impressoras, equipamen-
tos, máquinas, substratos/mídias, pai-
néis, produtos, tintas e softwares.
Para oferecer experiências dinâmi-
cas, a feira contou com o Circuito de
Impressão Digital Têxtil, chamado de
Future Têxtil, todo baseado nas indús-
trias 4.0. O espaço teve sete estações,
com o passo a passo da produção de
uma estamparia digital têxtil, desde a
pesquisa de mercado, desenvolvimen-
to do produto, definição e preparação
da imagem a ser impressa, preparação
do tecido, escolha da melhor tecno-
logia de impressão e seu respectivo
equipamento até o acabamento do te-
cido ou da peça e a entrega do produ-
to finalizado para os setores de moda,
decoração e calçadista.
O conceito de Indústria 4.0 englo-
ba automação e tecnologia da infor-
mação a partir do uso de tecnologias
interconectadas, como computação
em nuvem, big data, simulação, robó-
tica e realidade aumentada. Aplicadas
ao setor têxtil, as inovações contri-
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• setembro | outubro
buem para a redução de desperdícios
e a otimização dos processos, pois
permitem a manufatura de produtos
personalizados em massa, controle de
dados em tempo real e a capacidade
de simular processos.
Segundo o especialista em impres-
são digital, Pedro Dupláa, o setor de
confecção foi beneficiado em quase
360 graus pelas tecnologias dispo-
nibilizadas pela Indústria 4.0. “Essas
tecnologias possibilitaram a redução
do tempo de produção, de custo, de
sobras e de poluentes, por exemplo, e
ainda o aumento da produtividade e
do faturamento”.
Pedro explica que, para o briefing
e a inteligência de mercado, as indús-
trias estão utilizando softwares de In-
teligência Artificial (IA) para pesquisar
e identificar demandas sem precisar
visitar grandes centros de moda como
Tóquio, Paris e Nova York. Já na cria-
ção de produtos, o software de reali-
dade aumentada está sendo comu-
mente utilizado para expor o produto
de forma virtual, removendo a neces-
sidade de criar peças físicas sem antes
saber se darão certo.
“Com a tecnologia 4.0 as empre-
sas conseguem modelar, prototipar,
avaliar modelo, medidas e tamanhos,
tudo isso virtualmente. E depois, só
então, quando o produto demonstrar
real potencial é que as empresas estão
partindo para a criação de um modelo
físico”, detalha.
De acordo com ele, testes da proto-
tipagem junto ao mercado alvo estão
sendo substituídos por testes interati-
vos graças ao UI (Interface do Usuário)
e UX Design (Design da Experiência do
Usuário). “Isso não só economiza tem-
po e dinheiro como também expõe o
produto de teste a uma capilaridade e
alcance muito maiores do que a vitrine
física de uma loja”, explica.
Na parte de produção estão dis-
poníveis hoje equipamentos para fun-
cionar em linha e automatizados. Por
exemplo: o tecido passa pela prepara-
ção (pré-tratamento), segue para a im-
pressão digital e já é direcionado para
a fixação e acabamento, finalizando
na mesa de corte a laser. Isso tudo em
um espaço menor, se comparado às
indústrias convencionais têxteis, e ge-
renciado por uma equipe reduzida. O
processo diminui a emissão de poluen-
tes e sobras, reduz o tempo de produ-
ção e melhora a qualidade do produto.
O especialista em impressão digital
explica ainda que existem softwares
de inteligência artificial, algoritmos e
BOTS que estão alterando por comple-
to como a venda é feita e direcionada.
Segundo ele, as empresas que estão
fazendo uso dessas tecnologias e se
inserindo na Indústria 4.0 se conectam
não só com a sua região, mas com o
mundo inteiro, de forma assertiva, pré-
-programada e altamente persuasiva,
já que o anúncio e a proposta de ven-
da são direcionados sob demanda.