Revista Sintonia de Bambas A Revista Nobre do Samba e da Boa Música | Page 25

A primeira música de carnaval cantada no Brasil foi uma versão do original francês de “Les Pompiers de Nanterre” – encenação de 1869, transformada em um verdadeiro hino carnavalesco, ficando mais conhecida como “Zé Pereira”, geralmente utilizada como grito de carnaval. A primeira música brasileira composta especialmente para o carnaval foi “Abre Alas” de Chiquinha Gonzaga em 1899.

Dos tempos em que se amarrava cachorro com linguiça para cá o Carnaval mudou muito, transformando-se em um dos maiores espetáculos do mundo. Mesmo que a Praça Onze não houvesse sido derrubada para construção de uma grande avenida na capital carioca, provavelmente o local dos desfiles carnavalescos ocuparia outro lugar. O destino escolheu a Marquês de Sapucaí, avenida batizada em homenagem ao politico que referendou o solene tratamento “Sua Excelência” aos senadores. Afinal, um grande espetáculo precisava de um grande palco.

Acompanhados por uma Marcha Rancho, os Ranchos Carnavalescos e seus foliões “brincavam” o carnaval na Praça Onze – A Pequena África, no Rio de Janeiro então capital do Brasil. A praça, um reduto de negros libertos, imigrantes judeus, portugueses e italianos, também era o conhecido endereço de Tia Ciata, considerada a Mãe do Samba. Em 1909 acontece o primeiro Desfile Competitivo dos Ranchos Carnavalescos do Rio de Janeiro organizado pelo Jornal do Brasil e vencido pelo “Mamãe Lá Vou Eu”. A primeira Escola de Samba “Deixa Falar” foi fundada em 1928. A partir de 1932 os desfiles de Escolas de Samba foram criados tendo como primeira campeã a Estação Primeira de Mangueira, e em 1935 os desfiles das escolas foram oficializados e passaram a contar com apoio financeiro do poder público.

Em 1941 começaram as obras para a construção de uma grande avenida e a Praça Onze foi demolida. Os desfiles migraram para a Av. Presidente Vargas e depois para Av. Marquês de Sapucaí.

A Passarela do Samba (Sambódromo) do Rio de Janeiro Idealizado por Darcy Ribeiro e projetada por Oscar Niemeyer foi inaugurado em 1984 na Av. Marquês de Sapucaí.

O governo de Leonel Brizola solicitou no projeto de construção que os seguintes itens fossem incluídos: 160 salas de aula, 43 salas administrativas, a Praça da Apoteose, o Museu do Carnaval e a preservação do prédio fabril da Cervejaria Brahma, de fundos para a Rua Marquês de Sapucaí. Além de abrigar a grande festa de Momo, deveria também ser polo cultural e educacional.

A pedido do então Vice Governador Darcy Ribeiro, foi criada a Praça da Apoteose. Serviria para que as Escolas dançassem em roda, introduzindo inclusive um novo quesito de julgamento para os desfiles denominado Apoteose. Este quesito, no entanto, foi abolido pelas Escolas de Samba antes mesmo do primeiro desfile na Passarela.

Niemeyer fez a proposta para que os espaços entre os pisos elevados dos blocos de arquibancadas e o nível de pista de desfile fossem entregue ao povo. Porém, sua solicitação não foi atendida e os espaços foram utilizados para cadeiras de pistas, que eram muito mais rentáveis.

Revista Sinotnia de Bambas 25