Revista Sesvesp Ed 139 | Page 20

NOTÍCIAS ABREVIS

REDES SOCIAIS OU ANTISSOCIAIS

A

conquista da tecnologia moderna, em suas várias nuances, veio prestar benefícios inestimáveis à sociedade. Em todos os campos, a humanidade está obtendo meios muito mais confiáveis e ágeis de buscar a excelência no atendimento às suas necessidades. Observamos que, tanto no campo da indústria quanto do comércio ou de qualquer outra atividade, dispomos de recursos e tecnologia que jamais seriam sequer imaginados até há poucos anos. Nas comunicações, houve tamanho avanço que os mistérios que nossos ancestrais cultuavam tornaram-se conhecimentos infantis nos dias de hoje. Os fatos não são mais isolados e restritos aos locais onde ocorrem. Hoje, qualquer pessoa munida de um mero celular transmite em tempo real algo que está acontecendo para um interlocutor no outro lado do mundo. Que dizer então se estivermos em uma mesma cidade, um mesmo estado ou no mesmo país? Nada é segredo mais. Uma simples conversa pode ser gravada de forma velada e divulgada na rede mundial imediatamente.
José Jacobson Neto, presidente da ABREVIS
Todo esse fantástico avanço, porém, trouxe desequilíbrios comportamentais que estão criando novas formas de se espalhar notícias boas e / ou más sem maior preocupação com sua veracidade. Hoje, com as muitas redes sociais disponíveis para utilização pública, temos visto milhões de boatos circularem de tal forma que prejudicam pessoas, empresas ou entidades. Há poucos dias circulou na rede um assunto confidencial sobre um CNPJ, cujos resultados foram catastróficos para a empresa que o detém. Um ex-colaborador criou informações falsas e as distribuiu para clientes e fornecedores com o objetivo de criar embaraços para seu antigo empregador. Obviamente, o boato foi desmentido com provas cabais de que se tratava de falsa comunicação de crimes tributários. Assim, a empresa equilibrou o fluxo de informações falsas em circulação. O grande problema nos eventos acima descritos é que eles ocorrem em decorrência de existirem de grupos relacionamentos nas redes sociais, nos quais se dissemina qualquer notícia imediatamente e com um alcance inimaginável.
As empresas são vulneráveis a esse tipo de crime de autoria desconhecida, na maioria das vezes. Mas não apenas as empresas. Esse tipo de agressão vem atingindo também a honra de pessoas físicas, entidades e toda e qualquer atividade existente. Os mal-intencionados escondem-se no anonimato e destilam boatos comprometedores, pouco se importando com os prejuízos que poderão causar. A segurança privada deve estar sempre atenta a esse tipo de crime. Por serem responsáveis por patrimônios e vidas, costumam receber consultas com pedidos de orientação ou proteção sobre ameaças, que chegam com o único objetivo de causar apreensão. Esses fatos geram um estado de insegurança que altera o comportamento social das pessoas atingidas e até mesmo causam instabilidade administrativa nas empresas. É fundamental que as autoridades estudem uma forma de identificar com celeridade os responsáveis por esse tipo de crime para e que se possa penalizar os autores das mensagens com a gravidade que cada caso exigir. É preciso que haja condições de diferenciar a utilização das redes para relacionamentos interpessoais, profissionais ou comerciais, daqueles que as utilizam para prejudicar empresas ou pessoas. Não se pretende que haja um controle sobre o conteúdo das redes, mas sim que haja a utilização responsável desse fantástico meio de comunicação que a tecnologia colocou à disposição da humanidade.
Victor Saeta de Aguiar, VP ABREVIS
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