EDITORIAL
HORA DA VIRADA
N
este momento de ebulição na política brasileira, em que se põe em xeque a
legitimidade das instituições nacionais, nós, do SESVESP, não poderíamos
nos omitir. Temos o dever cívico de nos posicionar. Fomos, somos e seremos
sempre defensores do Estado Democrático de Direito, da liberdade de
expressão e da transparência dos órgãos públicos, e veementemente contra a corrupção,
de qualquer natureza, em todos os níveis pessoais, de empresas ou organizações, sejam
elas públicas ou privadas.
Estamos 100% a favor da Lava-Jato, da Justiça e do juiz federal do Paraná Sergio
Moro, que teve a coragem de levar a cabo uma operação como nunca vista neste país,
que provou o envolvimento de empresários e executivos do mais alto escalão de muitas
das maiores empresas brasileiras, antes intocáveis, em desvios de somas astronômicas.
E teve peito de mandar prender muitos caciques do empresariado e da política.
Somos solidários ao Major Olimpio, que assumiu uma atitude corajosa diante
do golpe da nomeação de Lula para o Ministério da Casa Civil, que ocorreu em 16/3,
coincidentemente dois anos após o início da Operação Lava-Jato. Um tapa na cara, sem
luva de pelica, que escancara a manobra do Planalto para blindar e livrar o ex-presidente
das justas garras de Moro. Diante desse escárnio, o deputado federal foi a única voz
dissonante na cerimônia de posse. “Vergonha!”, bradou Olimpio, e imediatamente foi
expulso do recinto, sob vaias da plateia fantoche. Pois nós, do SESVESP, fazemos coro com
ele. Vergonha é a única palavra capaz de traduzir a perplexidade diante das peripécias
que o atual governo é capaz para se perpetuar no poder.
João Eliezer Palhuca
Presidente do Sesvesp
Não é possível ser conivente com um discurso que insiste em demonizar o
empresariado. Culpar os empresários? Nós, do setor de segurança privada, contribuímos
para a justiça social e a economia do país. Empregamos cerca de 700 mil vigilantes no
Brasil, segundo dados da FENAVIST, dos quais mais de 180 mil só no estado de São
Paulo, conforme nosso levantamento, e pagamos regiamente tributos para o município,
o estado e a União. O setor de serviços representa aproximadamente 68% do Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil. Somos indispensáveis para a segurança da sociedade e
para fazer girar a roda da economia. Ora, culpar a classe empresarial é um absurdo!
Somos independentes e apartidários, ou melhor, nosso partido sempre será o
Brasil. Trabalhamos com afinco para construir um país melhor, sem favorecimentos,
amadorismos e "jeitinhos". Lutamos para que os filhos deste solo amem sua pátria mãe
gentil e, de cabeça erguida, bradem ao mundo o orgulho de serem brasileiros.
Fazemos nossas as palavras dos magistrados de todo o Brasil, que declararam
publicamente apoio irrestrito ao colega de Curitiba: “Uma Justiça independente e sem
temores é direito de todo cidadão brasileiro e a essência do Estado Democrático de
Direito, motivo pelo qual estamos ao lado do juiz federal Sergio Moro e de todos os demais
juízes, desembargadores e ministros que atuam nos processos da Operação Lava-Jato”.
Revista SESVESP | 3