Revista Sesvesp Ed. 126 | Page 22

OPINIÃO RAUL CORRÊA DA SILVA NÃO HÁ RECESSÃO QUE RESISTA À CRIATIVIDADE E AO CONHECIMENTO Presidente da BDO, uma das Big 5 do setor de auditoria e consultoria N 22 | Revista SESVESP as últimas décadas, percebemos que a palavra crise permeia as informações dos principais veículos de comunicação e coloca em alerta quase toda a sociedade. Sejam os personagens empresários, assalariados ou governantes, entre todos eles é criado um clima de pessimismo e de terror, que passa a nortear desde as ações mais simples, em nível pessoal, até as decisões macroeconômicas de países ou blocos econômicos. Diferentemente dos países que alternaram a liderança do planeta nos últimos séculos, muitas nações fora do eixo América do Norte e Europa acostumaram-se mais a conviver com esses resultados adversos da economia. Ou seja, em seus mais de 500 anos de história, o Brasil e sua população viveram muito mais momentos de crises de diversos tipos do que os europeus e norte-americanos. Por isso, nós não só estamos mais acostumados, como temos maior expertise em lidar com essa realidade. Se olharmos para os últimos anos da história da humanidade e do país, listaremos inúmeras crises que abateram as economias. No Brasil, a relação de eventos parece ser um pouco extensa, mas também pontuamos impactos em países isoladamente ou mesmo em eventos globais. Na última década, a migração da imensa população campesina chinesa para os grandes centros urbanos provocou uma reviravolta na ordem mundial até então estabelecida. Mas como os pequenos e médios empresários podem tirar lições dessa realidade quando se sentem intimidados por uma situação desconfortável de aumento de impostos e redução do crédito e do consumo? Neste momento, uma reação proativa é indispensável. Se estamos no meio de um mar de incertezas e uma onda de pessimismo vem em nossa direção, há apenas duas soluções: deixar-nos levar ao fundo por ela ou improvisarmos uma manobra que nos permita surfá-la e chegarmos ao topo. Precisamos levantar e compreender que a melhor forma é expandir ao máximo, tentar oportunidades lá fora, e não esperar passivamente que as coisas melhorem. Nesta situação, o investimento é fundamental para o trabalho das pequenas e médias empresas (PMEs), e somente dessa forma o país ultrapassará a crise. Vale lembrar que o middle market é o termômetro e representa a parcela mais significativa de vários segmentos da economia nacional. A soma dos pequenos torna a economia dinâmica. Um dos ingredientes dessa fórmula, que nada tem de excepcional nem de mágica, é a criatividade. E essa é uma característica que o brasileiro exerce com plenitude. O empresariado, em especial, também está acostum